Inflação teve leve alta em setembro no Brasil
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A inflação no Brasil subiu em setembro para 5,17% no acumulado de 12 meses, um aumento menor que o esperado pelo mercado, mas acima da meta do governo, segundo dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (9).
A inflação é um tema sensível para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja popularidade foi impactada no começo do ano em parte pelos preços dos alimentos.
Segundo o IBGE, o índice mensal da inflação em setembro foi de 0,48% contra -0,11% em agosto - um aumento menor que as estimativas do mercado, reportadas pelo jornal Valor Econômico.
No acumulado em 12 meses, a inflação de 5,17% ficou pelo nono mês consecutivo fora da faixa de tolerância oficial, de 1,5% a 4,5%, o que é considerado um descumprimento da meta para 2025, segundo o prazo fixado pelas autoridades. Em agosto, tinha sido de 5,13%.
A alta de setembro também quebrou um ciclo de dois meses de queda da taxa anual da inflação, sentida por alguns consumidores.
Em Brasília, a dona de casa Maria Regina Santos, de 78 anos, contou à AFP que observou um barateamento do arroz, enquanto as frutas e a carne, que Lula prometeu tornar mais acessível durante a campanha presidencial, encareceram.
"Deu uma baixada um pouco nos preços, mas ainda continua muito alta", disse.
Segundo o governo, os preços dos alimentos poderiam diminuir no Brasil nos próximos meses devido ao tarifaço punitivo de 50% imposto pelos Estados Unidos, que afeta alguns produtos da cesta de exportação brasileira, como café e carne.
Desde julho passado, o Banco Central do Brasil manteve a taxa básica de juros a 15% ao ano, quebrando um ciclo altista que tinha iniciado em setembro de 2024 para controlar a inflação.
Juros altos encarecem o crédito, portanto desestimulam o consumo e os investimentos.
Segundo o IBGE, a alta da inflação se deve especialmente ao aumento do custo da energia elétrica nas residências.
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