Brasil lamenta atrasos em contribuições climáticas a um mês da COP
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O Brasil expressou nesta sexta-feira (10) frustração pelos atrasos de vários países — incluindo grandes poluidores como a Índia e os membros da União Europeia — na apresentação de seus compromissos climáticos, a menos de um mês de sediar a COP30 em Belém, no Pará.
As metas, conhecidas como "Contribuições Nacionalmente Determinadas" (NDCs, na sigla em inglês), devem ser revisadas a cada cinco anos, mas poucos países apresentaram suas propostas dentro do prazo para o horizonte de 2035.
"Temos que reconhecer que estamos frustrados", disse em entrevista coletiva em Brasília o presidente da COP30, André Corrêa do Lago.
O Brasil, que sediará a conferência climática em Belém, em novembro, foi um dos primeiros países a atualizar suas NDCs há um ano. A China, o maior poluidor do planeta, se juntou a esse grupo no mês passado.
Mas outros ficaram para trás, mesmo após o último prazo fixado para setembro, em um contexto em que tensões geopolíticas e comerciais têm desviado a atenção dos esforços climáticos.
Por enquanto, 62 países anunciaram suas metas climáticas — número que, segundo Corrêa, deve chegar a 125 até o fim do ano. "É um pouco triste", afirmou.
Os organizadores da COP destacaram que a pressão recai principalmente sobre os grandes emissores de gases poluentes, como a Índia e a União Europeia.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, expressou sua "decepção" com os atrasos de "parceiros historicamente aliados" na agenda climática, como a União Europeia.
"Mas agora esperamos que apresentem suas NDC, e de preferência antes da COP30, para que esse balanço do alinhamento das NDCs com a Missão 1.5, possa ser transparentemente avaliado pela sociedade planetária", declarou.
A COP30, a grande conferência climática da ONU, será realizada entre 10 e 21 de novembro, dias depois de uma cúpula de chefes de Estado e de governo.
Segundo Corrêa do Lago, o Brasil espera que delegações de 162 países já "credenciadas" participem do encontro em Belém, em meio a críticas pelos altos preços de hospedagem.
Na próxima semana, representantes de cerca de 50 países se reunirão em uma "Pré-COP" em Brasília para avançar nas negociações sobre o futuro das ações globais para o clima.
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