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OpenAI compra milhões de chips sem ter os meios necessários, em aposta no futuro

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Na corrida vertiginosa pela inteligência artificial (IA), a OpenAI faz pedidos de chips no valor de centenas de bilhões de dólares, quantias que não correspondem às suas receitas atuais e que preocupam parte dos investidores.

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Em menos de um mês, a empresa que criou o ChatGPT assinou compromissos com a Nvidia, a AMD e a Broadcom para adquirir processadores com uma potência de 26 gigawatts (GW), o que representa pelo menos 10 milhões de unidades e requer uma produção de energia elétrica superior a 20 reatores nucleares.

"Eles precisarão de centenas de bilhões de dólares para cumprir suas obrigações", resume Gil Luria, da empresa de consultoria financeira D.A. Davidson.

Mas a OpenAI prevê gerar apenas cerca de 13 bilhões de dólares (70,6 bilhões de reais na cotação atual) em receita, perde dezenas de bilhões a cada ano e não espera ser rentável antes de 2029.

Consultado pela AFP, o grupo se recusou a comentar sobre o financiamento da compra frenética.

Em entrevista à rede CNBC, o presidente da OpenAI, Greg Brockman, mencionou "mecanismos diferentes", sem revelar detalhes.

A Nvidia, a AMD e a Broadcom, também consultadas pela AFP, não comentaram mais sobre as modalidades de pagamento dos processadores essenciais para o desenvolvimento da IA.

No caso da Nvidia, ela se comprometeu a adquirir, ao longo de vários anos, 100 bilhões de dólares (543,8 bilhões de reais na cotação atual) em ações da OpenAI, uma injeção de capital que poderia permitir à estrela da IA absorver parte do custo dos chips.

Esse mecanismo é geralmente classificado como financiamento circular, no qual um fornecedor oferece os meios para que um cliente compre seus bens ou serviços.

A AMD, por sua vez, concordou em conceder títulos ao seu cliente, cujo valor poderia chegar a dezenas de bilhões de dólares, uma operação muito atípica, uma vez que não inclui qualquer contraprestação.

"Isso representa outra dinâmica pouco saudável", observa Luria, que também destaca que a AMD está "desesperada para lançar seus chips de IA no mercado".

O CEO da OpenAI, Sam Altman, "tem o poder de afundar a economia mundial durante uma década ou nos levar à terra prometida", escreveu o analista da Bernstein, Stacy Rasgon.

"E, neste momento, não sabemos qual dessas opções está em jogo".

- "Dilema" -

Levantar capital, especialmente da Nvidia, "não será de forma alguma suficiente" para cobrir a conta, mesmo com uma avaliação atual de 500 bilhões de dólares (2,7 trilhões de reais na cotação atual), pelo que terão principalmente de se endividar, estima Luria.

Alguns mencionam veículos financeiros 'ad hoc', que pediriam emprestado os valores necessários oferecendo os chips como garantia, uma fórmula que será utilizada pela Nvidia e pela xAI, concorrente da OpenAI, no âmbito de outra parceria.

A estratégia é ainda mais ousada, já que a startup concorre com o Google ou a Meta, que geram dezenas de bilhões de dólares em dinheiro todos os anos e têm um poder completamente diferente.

"Parece um pouco diferente" desta vez, pondera Josh Lerner, professor de finanças da Universidade de Harvard, porque "é evidente que existe uma demanda muito real por IA em diversos contextos".

"Como equilibrar esse tipo de potencial futuro (...) com a natureza especulativa de muitos dos fluxos de caixa?", questiona Lerner. "É um verdadeiro dilema".

tu/bl/eml/atm/jmo/fp

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