As remessas para o México, procedentes quase completamente de imigrantes nos Estados Unidos, atingiram, em agosto, cinco meses de quedas consecutivas interanuais, segundo dados do Banco do México (Banxico, central) divulgados nesta quarta-feira (1º).
Esta tendência ocorre no âmbito da política anti-imigratória do presidente americano Donald Trump, que instaurou uma estratégia agressiva de deportações em seu país.
Em agosto, os envios de dinheiro do exterior caíram 8,3% na taxa interanual, totalizando 5,578 bilhões de dólares (cerca de 30 bilhões de reais), disse o Banco Central. O indicador tem registrado quedas consecutivas desde abril.
De janeiro a agosto deste ano, as remessas totalizaram 40,46 bilhões de dólares (cerca de 215,3 bilhões de reais), uma queda de 5,89% em relação a 2024.
Analistas do banco privado BBVA apontaram que as remessas poderiam cair 5,6% no total este ano em relação a 2024.
"A queda das remessas em 2025 se explica pela menor inserção de novos imigrantes mexicanos no mercado de trabalho dos Estados Unidos", disse o banco em um relatório divulgado em agosto.
A instituição destacou que a isto se soma o medo que muitos imigrantes têm de sair para trabalhar e consumir nos Estados Unidos no governo de Trump.
A empresa financeira Valmex alertou que as remessas devem desacelerar no futuro, também influenciadas por "uma possível desaceleração econômica dos EUA resultante de medidas protecionistas".
No México, a segunda maior economia regional atrás do Brasil, as remessas atingiram, em 2024, um recorde de 64,745 bilhões de dólares (aproximadamente 344,4 bilhões de reais), equivalente a 3,5% do PIB.
Esta proporção é, no entanto, muito inferior à que se registra na Nicarágua (27,2%), Honduras (25,2%) e El Salvador (23,5%).
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