Os três índices principais da Bolsa de Valores de Nova York bateram recordes nesta quinta-feira (2), graças às perspectivas de um novo corte de juros por parte do banco central americano e sem qualquer indício de preocupação pela paralisação parcial do governo federal dos Estados Unidos.

O Dow Jones subiu 0,17%, para 46.519,72 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 0,39% (22.844,05 unidades) e o S&P 500, 0,06% (6.715,35).

"Os investidores preveem que o bloqueio orçamentário não terminará em breve", comentou à AFP Sam Stovall, da CFRA.

A Casa Branca aumentou a pressão para que os democratas aceitem o projeto de orçamento dos republicanos com o congelamento de projetos de infraestrutura em estados controlados pela oposição, bem como a ameaça de mais demissões de funcionário públicos. 

O governo também ameaçou suprimir agências federais. "No que isto se diferencia das demissões que ocorreram com o DOGE?", o departamento de eficiência governamental que foi chefiado por Elon Musk, se perguntou Stovall.

"O mercado não viu nenhum inconveniente naquelas demissões, então, por que veria nestas?", acrescentou o analista.

Os funcionários estão em situação de desemprego técnico durante o bloqueio orçamentário, que também é conhecido como "shutdown". Depois, eles voltam a ocupar seus cargos, "recuperando seus salários de forma diferida, o que tem um impacto econômico negativo", assegura José Torres, da Interactive Brokers.

"A redução dos gastos federais relacionados à mão de obra permitiria reduzir o importante déficit de Washington", o que poderia reduzir as taxas de juros dos empréstimos do Estado, uma "notícia excelente para as avaliações do mercado de ações", diz Torres.

Outra consequência do fechamento parcial do governo federal é a suspensão da publicação de uma série de indicadores, como os do mercado de trabalho.

"Portanto, é provável que o Fed [Federal Reserve, o banco central americano] adote um enfoque mais prudente, o que significa uma redução dos juros em outubro, já que realmente não dispõe de dados que indiquem que a economia é sólida o suficiente para não precisar de uma redução nos juros", opinou Stovall.

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