As ONGs Médicos do Mundo e Ação contra a Fome alertaram nesta quarta-feira (8) sobre a situação dramática na Faixa de Gaza, onde as condições sanitárias são catastróficas e a desnutrição infantil aumentou drasticamente após dois anos de guerra.
"Em julho, as equipes de Ação contra a Fome documentaram um aumento de 700% nos casos de desnutrição infantil desde outubro de 2023", escreveu a ONG em um comunicado.
"Vi um menino de 7 anos que pesava apenas 6,5 quilos", declarou o diretor de operações da Ação contra a Fome, Vincent Stehli, que voltou recentemente de Gaza, segundo a ONG.
A ONU declarou crise de fome em uma parte desse território palestino envolto a um restrito bloqueio israelense. Seus pesquisadores afirmam que Israel está cometendo genocídio, acusações que os israelenses rechaçam.
Hamas e Israel realizam negociações indiretas no Egito para chegar a um acordo após dois anos de guerra iniciada pelo ataque do movimento islamista palestino em 7 de outubro de 2023.
Em um estudo publicado nesta quarta-feira, a Médicos do Mundo (MdM) denunciou "os obstáculos sistemáticos impostos", segundo a organização, "pelo governo israelense ao acesso das mulheres e das crianças à atenção sanitária sexual e reprodutiva em Gaza".
Trinta e seis por cento das 22.747 consultas de saúde sexual e reprodutiva realizadas nos centros de saúde da MdM em Gaza entre maio de 2024 e agosto de 2025 se referiam a "infecções genitais relacionadas à falta de água e de higiene", acrescentou.
A ONG afirmou também que suas equipes observam uma "desnutrição" que afeta cada vez mais as mulheres grávidas e que 85% delas "correm o risco de sofrer complicações durante a gravidez".
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