Guerrilheiros dissidentes das Farc libertaram todos os integrantes de uma missão médica que mantiveram sequestrados por um dia em uma zona de conflito da Colômbia, informaram autoridades locais à AFP nesta quinta-feira (9).

Uma médica, uma enfermeira-chefe, quatro auxiliares de enfermagem e dois motoristas que viajavam em dois veículos pelo sudoeste do país foram retidos na quarta-feira por rebeldes sob o comando do homem mais procurado da Colômbia, conhecido como Iván Mordisco.

O secretário de Governo do departamento de Huila, onde ocorreu o sequestro, confirmou à AFP a libertação "há alguns minutos", resultado da pressão de líderes, organizações sociais, entidades governamentais e das forças de segurança.

"O grupo armado ilegal decidiu entregar as pessoas sequestradas a membros da comunidade no povoado Jardines (...) e a informação que temos é que elas estão em boas condições de saúde", disse o secretário Juan Carlos Casallas.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU na Colômbia, que inicialmente havia informado sobre nove sequestrados, corrigiu o número e reiterou aos grupos armados "sua obrigação de respeitar a Missão Médica (...) de forma irrestrita, em todo tempo e lugar".

O sequestro ocorreu "nas primeiras horas da manhã" de quarta-feira, e "imediatamente foram ativadas ações humanitárias, o deslocamento das forças de segurança" e "sobrevoos" na região, afirmou Casallas.

Essa área da Colômbia enfrenta uma crise de segurança devido à atuação de guerrilheiros que extorquem camponeses, incluindo produtores de café.

Na quarta-feira, o ministro da Defesa responsabilizou Mordisco pelo "crime de lesa-humanidade".

O país sul-americano atravessa a pior onda de violência desde o desarmamento da maior parte das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que se transformou em partido político.

O presidente de esquerda Gustavo Petro tenta, sem sucesso, negociar com vários grupos rebeldes.

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