O consumo de cocaína diminuiu nos Estados Unidos, mas aumentou em outras partes do mundo, o que justificaria um novo Plano Colômbia de combate ao narcotráfico, financiado por mais contribuintes, declarou nesta quinta-feira (9) o ex-presidente Andrés Pastrana.
“O consumo de cocaína, que era significativo apenas nos Estados Unidos na década de 1980, cresceu em países como Austrália, Grã-Bretanha, Holanda e Espanha”, explicou Pastrana, durante um debate sobre crime organizado e América Latina no Instituto Interamericano para a Democracia.
O Plano Colômbia foi concebido durante os mandatos de Pastrana (1998 - 2002) e do então presidente americano, Bill Clinton, e começou a ser implementado em 1999. Ele é considerado uma das principais razões do sucesso no combate aos cartéis na Colômbia.
Sob o governo de Gustavo Petro, voltou a crescer o número de hectares dedicados ao cultivo de drogas, que gira atualmente em torno de 250 mil hectares.
Os Estados Unidos retiraram no mês passado a certificação da Colômbia como aliado antidrogas, em meio a uma tensão diplomática crescente entre os dois países, agravada por ataques de forças navais americanas contra supostas “narcolanchas” no Caribe.
“A Europa representa 21% do consumo mundial”, afirmou Pastrana, citando dados do relatório anual da ONU sobre o tráfico e consumo de drogas. Diante da crise atual, “é necessário um Plano Colômbia 2.0”, defendeu o ex-presidente.
“Desta vez, deve ser uma aliança entre consumidores e produtores em nível global. O primeiro Plano Colômbia foi financiado pela Colômbia e pelos Estados Unidos. O novo Plano Colômbia precisa ser financiado também por Europa, Japão e China, que já enfrentam um aumento expressivo em seu consumo”, declarou.
“A estratégia desse novo plano não deve ser muito diferente do que já funcionou: maior controle territorial nos países produtores e aumento da interdição”, concluiu Pastrana.
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