O Equador começou nesta quinta-feira (9) a mobilizar até 3 mil militares para manter a ordem em Quito, em meio a protestos indígenas contra o governo, informou o Exército.

Convocados pela maior organização de povos originários (Conaie), indígenas bloqueiam rodovias em algumas províncias, como em Pichincha, onde fica a capital, desde 22 de setembro. Os manifestantes rejeitam o fim do subsídio ao diesel, por considerarem que essa medida aumenta o custo de vida nas comunidades agrícolas.

As manifestações, concentradas nos arredores de Quito, deixaram um morto, cerca de 160 feridos entre civis, militares e policiais, e aproximadamente 110 detidos, segundo dados oficiais e de organizações de defesa dos direitos humanos.

“Pessoal militar, meios aéreos e terrestres iniciaram uma grande mobilização na cidade de Quito”, afirmou o Exército, acrescentando que o contingente de até 3 mil agentes tem a missão de “manter a segurança” na capital.

No contexto da “greve” convocada pela Conaie, um grupo de indígenas que vive em Quito pretende realizar uma “marcha pacífica” neste domingo, em meio ao estado de exceção que vigora em metade das províncias do país, incluindo a andina Pichincha.

“As Forças Armadas não permitirão o caos e o vandalismo, nem a destruição de bens públicos e privados”, declarou o Exército, que divulgou imagens de soldados patrulhando o centro histórico, onde a sede presidencial está cercada por grades.

No passado, mobilizações sociais lideradas pela Conaie resultaram em protestos violentos na capital, que provocaram a queda de três presidentes. No último fim de semana, o líder da organização, Marlon Vargas, anunciou uma intensificação das manifestações.

O presidente Daniel Noboa declarou que aplicará a lei. “Ninguém pode vir tomar a capital à força”, expressou.

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