A Bolsa de Nova York registrou uma forte queda nesta sexta-feira (10), reagindo com temor à ameaça do presidente Donald Trump de aumentar substancialmente as tarifas dos Estados Unidos sobre produtos chineses.
O índice Dow Jones caiu 1,90%, enquanto o Nasdaq recuou 3,56%.
O índice de referência S&P 500 perdeu 2,71%, sua maior queda em uma sessão desde o caos provocado em abril, quando Trump anunciou sua guerra tarifária.
Nesta sexta-feira, o presidente americano expressou sua irritação com a decisão de Pequim de aplicar novas restrições às exportações de terras raras, um tema sensível nas relações entre Pequim e Washington.
Nas redes sociais, Trump afirmou que a China "estava se tornando muito hostil" e considerou que "será obrigado a contra-atacar financeiramente".
Além disso, disse que cogita um aumento generalizado das tarifas sobre produtos chineses que entram nos Estados Unidos.
Essas declarações "perturbaram a calmaria" de Wall Street e "lembraram que a incerteza comercial continua sendo um obstáculo para os mercados", comentou à AFP Angelo Kourkafas, da Edward Jones.
Desde abril, a bolsa havia mostrado até então uma dinâmica positiva, que permitiu a acumulação de recordes, mesmo com a implementação de certas tarifas americanas.
Para Kourkafas, o recuo observado na sexta-feira pode ser apenas temporário.
"Já vimos muitas notícias desse tipo no passado", com "ameaças que acabaram sendo retiradas", lembrou o analista.
No entanto, "uma mudança significativa nas relações bilaterais" entre as duas maiores potências econômicas do mundo poderia alterar a situação.
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