O total de mortos pelas inundações provocadas pelas chuvas torrenciais que assolam o centro e o leste do México desde a semana passada subiu para 64 pessoas, enquanto outras 65 estão desaparecidas, informou, nesta segunda-feira (13), o governo.

As mortes e os maiores danos da tempestade estão localizados nos estados de Veracruz (leste), Hidalgo e Puebla (centro), informou a chefe nacional de Proteção Civil, Laura Velázquez.

As chuvas mais intensas ocorreram entre segunda (6) e quinta-feira (9), o que causou "uma elevação no nível dos rios e córregos que circundam esses estados", gerando inundações e destruição, explicou Velázquez durante a coletiva de imprensa matinal da presidente, Claudia Sheinbaum.

Em relação aos desaparecidos, o maior número de vítimas concentra-se no estado de Hidalgo, com 43 pessoas, segundo o relatório oficial, seguido por Veracruz e Puebla.

Questionada sobre a magnitude da tragédia e se foi emitido um alerta oportuno, a presidente explicou que houve uma combinação de vários fatores meteorológicos, o que dificultou a previsão da intensidade das chuvas.

"Dificilmente poderia ter sido antecipada (a informação) sobre esta situação, diferente de como acontece com os furacões", afirmou Sheinbaum. 

As autoridades habilitaram uma ponte aérea para atender à população de várias aldeias de uma zona montanhosa de Hidalgo que ficaram incomunicáveis por terra.

A AFP constatou, na tarde de domingo (12), movimentos de helicópteros militares e estatais na cidade de Pachuca, capital de Hidalgo.

"São necessários muitos voos (...) para poder levar alimentação e água suficientes", detalhou Sheinbaum.

- Rodovias fechadas -

Em seus percursos pelo município de Tenango de Doria, a AFP testemunhou o fechamento das rodovias que conectam diferentes povoados das áreas mais afetadas.

Isso obrigou os moradores a caminharem por vários quilômetros em busca de água e alimentos. Alguns até levam pertences, decididos a permanecerem em abrigos instalados pelo governo.

Um comerciante da comunidade de San Clemente relatou que estava parado com uma tonelada de verduras desde quinta-feira em um bloqueio rodoviário onde começam os caminhos serranos. "Não foi possível chegar", lamenta ao dizer que possivelmente perderá sua mercadoria.

A nebulosidade se dissipou no domingo, o que permitiu agilizar os trabalhos com máquinas pesadas operadas por socorristas civis e militares.

Estas precipitações ocorrem no final da temporada úmida, após um sistema tropical procedente do Golfo do México entrar pelo leste na Sierra Madre Oriental, somado a uma frente fria vinda do norte, o que favoreceu as chuvas, segundo meteorologistas.

Em cidades de Veracruz próximas à costa e atravessadas por rios caudalosos, a população foi alertada, na sexta-feira (10), a se retirar devido à enchentes.

No entanto, nas áreas serranas ocorreram os chamados "golpes de água", fluxos que descem inesperadamente das montanhas, desta vez amenizados pela intensa temporada de chuvas.

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