Enviado de Trump aconselhou Moscou sobre Ucrânia, diz Bloomberg
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Steve Witkoff, enviado especial dos Estados Unidos, aconselhou um assessor de Vladimir Putin sobre como o presidente russo deveria dialogar com o presidente americano Donald Trump a respeito do conflito na Ucrânia, segundo uma conversa telefônica revelada nesta terça-feira (25) pela Bloomberg.
A agência de notícias americana informou que a transcrição provém de uma gravação da conversa de 14 de outubro entre Witkoff e Yuri Ushakov, assessor de política externa de Putin, mas não indicou como essa gravação foi obtida.
Segundo a transcrição, Witkoff afirmou durante a ligação que acredita que a Rússia, que iniciou a guerra na Ucrânia com uma invasão em larga escala em fevereiro de 2022, "sempre quis um acordo de paz" e que sente "o mais profundo respeito pelo presidente Putin".
O enviado americano aconselhou a Ushakov que Putin deveria elogiar Trump durante uma próxima ligação sobre o cessar-fogo em Gaza, recentemente concluído, e dizer "que respeita que ele seja um homem de paz e que está realmente contente" por esse feito.
Witkoff também sugeriu a criação de um plano de paz de 20 pontos para a Ucrânia, "como o feito em Gaza", e instou Putin a abordar esse assunto com Trump.
"Acredito que [...] o presidente me dará muita margem e discrição para chegar a um acordo", disse Witkoff a Ushakov, segundo a Bloomberg.
A chamada telefônica entre Trump e Putin ocorreu em 16 de outubro.
O presidente americano a descreveu como "muito produtiva" e posteriormente questionou a iniciativa de Kiev de adquirir mísseis Tomahawk, um dia antes de receber o presidente ucraniano Volodimir Zelensky na Casa Branca.
A conversa telefônica entre Witkoff e Ushakov parece indicar a origem de uma proposta de 28 pontos apoiada por Trump e publicada em 21 de novembro, considerada favorável a Moscou por exigir importantes concessões territoriais da Ucrânia e o compromisso de não aderir à Otan.
Desde então, a proposta foi modificada para chegar a uma nova versão que Kiev descreveu como "significativamente melhor" para os interesses da Ucrânia.
Witkoff discutirá em breve essa nova versão com Putin em Moscou. Trump afirmou que "restam apenas alguns pontos de desacordo".
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