O escritório do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) alertou nesta segunda-feira (3) que as atrocidades cometidas na cidade sudanesa de El Fasher podem constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Esse escritório expressou sua "profunda preocupação e máxima inquietação" diante dos relatos procedentes de El-Fasher sobre supostos assassinatos em massa, estupros e outros crimes.

Após 18 meses de cerco, bombardeios e fome, o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) tomou, em 26 de outubro, o controle de El Fasher, a última grande cidade da região oestes de Darfur que não estava sob seu controle.

"Esses atos, se confirmados, podem constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade segundo o Estatuto de Roma", o texto fundacional do TPI, acrescentou o escritório do procurador.

Segundo a ONU, mais de 65.000 pessoas fugiram de El Fasher, mas dezenas de milhares permanecem bloqueadas.

Antes do ataque final, viviam na cidade aproximadamente 260.000 pessoas.

Desde a queda da cidade, circulam relatos de execuções sumárias, violência sexual, ataques a trabalhadores humanitários, saques e sequestros. As telecomunicações continuam majoritariamente interrompidas.

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