Lula inaugura ponte na fronteira com o Paraguai
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta sexta-feira (19) a ponte da Integração Brasil-Paraguai, que ligará a cidade paraguaia de Presidente Franco a Foz do Iguaçu (PR), que sediará neste sábado a reunião de cúpula de presidentes do Mercosul.
A obra tem como objetivo desafogar o tráfego na Ponte da Amizade, localizada também sobre o rio Paraná, a 7 km, e dinamizar a economia da Tríplice Fronteira com a Argentina.
O presidente paraguaio, Santiago Peña, planeja apresentar a ponte amanhã, em cerimônia no lado paraguaio. Peña "não podia hoje, porque tem um problema em Assunção de ordem familiar, me parece. E eu não podia amanhã à tarde, porque termino o Mercosul e vou ter que viajar a Brasília", explicou Lula na entrega da ponte, de 760 metros de extensão e mais de 60 metros de altura.
O discurso do presidente brasileiro terminou prematuramente, devido a uma falha técnica em seu microfone. Os dois presidentes se encontrarão amanhã na cúpula de presidentes do Mercosul, bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
A obra teve um investimento de 345 milhões de dólares (1,9 bilhão de reais), segundo o governo brasileiro. Sustentada por duas torres de 190 metros de altura, a ponte foi concluída no fim de 2023, mas sua inauguração demorou devido a atrasos nas obras de acesso e do posto alfandegário.
A passagem será liberada de forma gradual a partir de 20 de dezembro. Caminhões sem carga e ônibus de turismo serão os primeiros a usar a ponte. Veículos com carga poderão cruzá-la "entre o fim de 2026 e o início de 2027", informou a Presidência brasileira em comunicado.
Cerca de 100 mil pessoas e 45 mil veículos cruzam diariamente a Ponte da Amizade, inaugurada há 60 anos, segundo o governo brasileiro. A nova estrutura foi financiada, em parte, com recursos da hidrelétrica binacional de Itaipu, que tem sido um ponto de discórdia entre Brasil e Paraguai.
As relações entre os dois países foram afetadas em abril pela revelação de uma operação de espionagem da inteligência brasileira contra instituições do Paraguai para conhecer sua posição nas negociações entre os dois países sobre o preço da energia de Itaipu, segundo a imprensa brasileira.
O governo Lula reconheceu a espionagem, mas responsabilizou seu antecessor Jair Bolsonaro (2019-2022). O Paraguai pediu "explicações" ao embaixador brasileiro em Assunção.
Em novembro, os dois governos anunciaram o fim do conflito e a retomada das negociações, após uma reunião entre o chanceler Mauro Vieira e seu colega paraguaio, Rubén Ramírez.
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