Manifestantes iniciam greve de fome na Bolívia contra fim de subsídios aos combustíveis
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Um grupo de líderes sindicais iniciou nesta segunda-feira (29) uma greve de fome na Bolívia em protesto contra a eliminação do subsídio aos combustíveis decretado pelo governo no último dia 18, constatou a AFP.
Durante 20 anos, as tarifas da gasolina e do diesel permaneceram congeladas pelos governos esquerdistas de Evo Morales (2006-2019) e Luis Arce (2020-2025). A Bolívia importava os combustíveis a preços internacionais e os vendia no mercado interno com prejuízo, o que esgotou suas reservas e desencadeou uma crise econômica severa.
Com o fim dos subsídios, o preço dos combustíveis dobrou. O litro da gasolina subiu para US$ 1 (R$ 5,57), e o do diesel, para US$ 1,4 (R$ 7,8). Em protesto, 16 trabalhadores sindicalizados e duas donas de casa iniciaram hoje um jejum voluntário na sede da Federação de Mineradores da Bolívia, em La Paz.
"O preço de tudo disparou", disse à AFP a grevista Miriam Huarina, 41. Antes do corte dos subsídios, a inflação em 12 meses na Bolívia girava em torno de 20% em novembro, após atingir um pico de quase 25% em julho.
Mario Argollo, principal líder dos trabalhadores bolivianos, saudou o começo da greve e liderou hoje uma nova passeata de trabalhadores em La Paz para exigir que o presidente revogue o decreto. Ele advertiu que os trabalhadores continuarão com as manifestações diárias até que o governo atenda às suas reivindicações.
O presidente Rodrigo Paz descartou o retorno dos auxílios, sob o argumento de que o esquema de subsídios imposto pela esquerda fomentou esquemas milionários de corrupção e contrabando.
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