O Departamento de Estado americano informou nesta terça-feira (23) que negará o visto a um ex-comissário da União Europeia (UE) e a outros quatro europeus, acusados de tentar "coagir" plataformas de redes sociais americanas a censurar pontos de vista.
"Esses ativistas radicais e ONGs instrumentalizadas impulsionaram medidas de censura por parte de Estados estrangeiros, em cada caso dirigidas contra empresas e representantes americanos", afirmou o Departamento de Estado, em comunicado no qual anunciou as sanções.
A medida tem como alvo Thierry Breton, ex-comissário europeu do Mercado Interno e responsável por liderar a regulação digital na Europa. Breton entrou em choque com magnatas do setor de tecnologia, como Elon Musk, por fazer cumprir as normas da União Europeia.
O Departamento de Estado descreveu Breton como "a mente por trás" da Lei de Serviços Digitais (DSA, sigla em inglês), legislação que impôs medidas de moderação de conteúdo e regras de proteção de dados às principais redes sociais.
Conservadores americanos classificaram a DSA como uma arma de censura contra o pensamento de direita na Europa, acusação que a UE nega enfaticamente.
"Volta a soprar um vento de macarthismo?", questionou Breton em sua conta na rede social X, em uma referência à caça às bruxas anticomunista promovida pelo senador americano Joseph McCarthy na década de 1950.
"Um lembrete: 90% do Parlamento Europeu, eleito democraticamente, e os 27 Estados-membros aprovaram por unanimidade a DSA", acrescentou. "Aos nossos amigos americanos: a censura não está onde vocês pensam."
O visto também será negado a Imran Ahmed, fundador do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, sigla em inglês), que entrou na mira de Musk após a aquisição do Twitter, rebatizado como X.
Anna-Lena von Hodenberg e Josephine Ballon, da organização alemã HateAid, também são alvo da proibição. O Departamento de Estado afirmou que a entidade sem fins lucrativos tem a função de "reforçar" a DSA.
Clare Melford, que dirige a organização Global Disinformation Index (GDI), será a quarta pessoa a ter o visto negado pelos Estados Unidos.
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