Trabalhadores encontram supercolmeia durante reforma em escola
A descoberta levou à suspensão temporária das aulas e mobilizou o Corpo de Bombeiros, que acionou o apicultor Joel de Souza Rosa
compartilhe
Siga noDurante uma reforma no telhado da Escola de Educação Básica Martinho de Haro, localizada em São Joaquim, na Serra Catarinense, um grupo de operários encontrou uma supercolmeia escondida sob a estrutura, contendo mais de 100 mil abelhas da espécie Apis mellifera africanizada - o dobro da média encontrada em colmeias convencionais de apiários. O caso ocorreu na véspera do Dia Mundial das Abelhas, comemorado na última terça-feira (20/5).
A descoberta levou à suspensão temporária das aulas e mobilizou o Corpo de Bombeiros, que acionou o apicultor Joel de Souza Rosa, conhecido na região por mais de três décadas de atuação com abelhas.
Em entrevista à revista Globo Rural, o especialista descreveu o enxame como um fenômeno raro: "Nunca tinha visto favos com mais de um metro de altura em um único espaço. Era um verdadeiro superenxame, muito ativo para o outono, estação em que normalmente as colônias diminuem a produção".
A remoção da colmeia, localizada a cerca de 10 metros do solo, durou pouco mais de duas horas e exigiu o uso de um caminhão guindaste. Segundo a prefeitura, as portas e janelas da escola foram mantidas fechadas para evitar qualquer risco à comunidade escolar.
A colmeia abrigava, não apenas grandes quantidades de mel, cera e pólen, mas também uma área repleta de crias e a abelha rainha, cuja preservação foi prioridade durante o processo.
Cinco baldes de 25kg foram necessários para armazenar todo o mel silvestre extraído, cuja composição provavelmente inclui floradas de bracatinga, vassoura e carqueja, comuns na vegetação nativa da região. Parte do mel foi doada aos trabalhadores que encontraram o enxame. O restante será utilizado para alimentar as abelhas durante o rigoroso inverno serrano.
Leia Mais
Após a retirada, as abelhas foram transferidas para um apiário a 15km do Centro de São Joaquim, em uma área rural segura e adequada para sua preservação. "Tirá-las dali foi um ato de proteção à vida. Estavam em uma escola e qualquer incidente com alguém alérgico poderia ser fatal. Salvamos essas abelhas e, com isso, contribuímos para a biodiversidade", afirmou Joel Rosa.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Por fim, ele destaca: "proteger as abelhas é proteger o futuro da agricultura, é proteger a nossa própria existência."
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino