A estudante Gabriela Félix se tornou assunto nas redes sociais ao revelar que gastou R$ 55 mil para produzir sua coleção de moda apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Aos 21 anos, ela documentou todo o processo nas redes e acabou viralizando com os custos e detalhes do projeto, batizado de "Desbloqueio Criativo".

Além do trabalho final da faculdade, a jovem desenvolveu a coleção pensando em inscrevê-la para concorrer a um concurso interno da instituição. Para isso, Gabriela precisou apresentar os croquis e foi selecionada para a etapa seguinte, recebendo R$ 4 mil de incentivo, mas o investimento acabou indo muito além: foram R$ 36 mil apenas com materiais e desenvolvimento inicial. 

O restante do dinheiro foi direcionado para transformar a apresentação em um projeto de alto impacto, com destaque para o ensaio fotográfico profissional, que envolveu modelos, cenografia, edição de vídeo e produção audiovisual.

Natural do interior do Rio Grande do Norte e criada no Maranhão, Gabriela se mudou sozinha para São Paulo em busca de formação e oportunidades na moda. Com apoio financeiro dos pais, empresários, ela teve todas as despesas básicas cobertas, como aluguel e alimentação. Mas a maior parte dos custos do TCC foi bancada com o dinheiro que ela já ganhava como influenciadora digital. "Fui guardando o que recebia das entregas. A maior parte saiu do meu bolso", contou em entrevista à Marie Claire. 

"A maior parte foi com mão de obra. Os looks que eu desenhei eram complexos, e eu não tinha a habilidade técnica para executar sozinha. Tive que contratar profissionais", explicou. Dos 24 looks criados, quatro foram produzidos. As roupas traziam elementos estruturais e volumosos, como tricô com malha dura e silhuetas que remetiam a grades e correntes. "O primeiro look era uma gaiola de metal com bolas amarelas que iam se abrindo ao longo do desfile, como se fossem flores desabrochando”, explicou.

 
 
 
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A proposta estética contrastava cores vibrantes com tons neutros, em uma referência direta à tensão entre criatividade e ensino tradicional. "O amarelo representa a criatividade na simbologia das cores. Misturei com cinza e preto como contraponto, como uma forma de contar uma história”, acrescentou.

Cada tecido possui propriedades únicas que influenciam seu uso e desempenho. Ao conhecer suas características, é possível escolher a opção mais adequada para cada necessidade, valorizando o conforto, a estética e a funcionalidade da peça. Imagem de martynaszulist por Pixabay
Chita: Tecido de algodão com estampas vibrantes e florais, originário da Índia. É leve, resistente e de custo acessível. Utilizado principalmente em roupas casuais, fantasias e decoração de festas populares, como o carnaval e as festas juninas, confere um visual alegre e descontraído. Divulgação
Chenille: Originalmente feito de algodão, mas também encontrado em versões sintéticas, o chenille é macio e felpudo, semelhante ao veludo, mas com um toque mais volumoso. É durável e aconchegante, ideal para mantas, almofadas e estofados. Seu aspecto confortável é muito apreciado na decoração de interiores. Tecido - Divulgação
Renda: Tradicionalmente feita de algodão, seda ou fibras sintéticas, a renda é um tecido delicado e ornamental, com padrões abertos e bordados. É valorizada pela aparência sofisticada e romântica. Utilizada em vestidos de noiva, lingerie e detalhes decorativos, confere elegância e feminilidade às peças. Divulgação
Viscose (Rayon): Considerado um tecido artificial, é feito de celulose vegetal transformada quimicamente. Possui toque suave semelhante ao da seda e boa respirabilidade. Utilizado em roupas leves, vestidos e blusas, combina conforto com um caimento elegante. Instagram @varejao_dos_tecidos7l
Jeans (Denim): Feito de algodão com trama sarjada, é resistente e durável. Originalmente usado como roupa de trabalho, tornou-se um ícone da moda casual em calças, jaquetas e saias. Sua versatilidade permite diversos acabamentos e estilos. Imagem de Alex por Pixabay
Cetim: Pode ser feito de seda, poliéster ou acetato, destacando-se pelo brilho liso e toque sedoso. É leve, fluido e tem um caimento elegante. Usado em vestidos de festa, roupas íntimas e lençóis de luxo, o cetim proporciona uma aparência sofisticada e um toque suave na pele. Divulgação
Lycra: Tecido sintético feito de elastano, conhecido por sua elasticidade excepcional. É resistente, flexível e mantém a forma original mesmo após longos períodos de uso. Amplamente utilizado em roupas esportivas, trajes de banho e peças justas, proporciona conforto e liberdade de movimento. Divulgação
Veludo: De origem antiga, o veludo pode ser feito de algodão, seda ou fibras sintéticas. Caracteriza-se pela superfície macia e aveludada, com um brilho suave. É durável e oferece elegância, sendo utilizado em roupas formais, estofados e cortinas. Sua textura aconchegante o torna ideal também para roupas de inverno. Imagem de yaoyaoyao5yaoyaoyao por Pixabay
Lã: De origem animal, a lã é obtida de ovelhas e outros mamíferos. É quente, flexível e resistente à água, sendo ideal para climas frios. Usada em casacos, suéteres e cobertores, oferece excelente isolamento térmico e durabilidade. Imagem de Engin Akyurt por Pixabay
Linho: Também natural, o linho vem da planta do linho. É leve, fresco e altamente absorvente, ideal para climas quentes. Apesar de amassar facilmente, é valorizado pela elegância em roupas sociais e itens de decoração como cortinas e toalhas de mesa. - Divulgação
Eles podem ser naturais, sintéticos ou artificiais, atendendo a diferentes necessidades na moda, na decoração e em outros setores. A escolha do tecido certo influencia o conforto, a durabilidade e o estilo de uma peça. - Divulgação
Existem diversos tipos de tecidos no mundo, cada um com suas particularidades em termos de origem, qualidade, características e utilizações. Imagem de christineterkouche por Pixabay

Mesmo com o sucesso e o impacto visual do desfile, Gabriela admite que faltou planejamento financeiro. "Na minha faculdade, é comum gastar alto com TCC. Mas eu extrapolei. Foi uma falta de organização. Como o projeto levou um ano e meio, fui gastando aos poucos sem perceber o total”, assumiu.

O caso gerou críticas nas redes, principalmente sobre o privilégio de poder investir tanto em um projeto universitário. Gabriela reconhece sua posição. "Sei que sou privilegiada. Meus pais me ajudam com coisas importantes. Mas usei meu dinheiro também, e encaro como um investimento. Esse trabalho me rendeu conteúdo por um ano e meio."

 
 
 
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Apesar do paralelo com marcas como Aluf e Misci, que nasceram de TCCs e ganharam projeção no mercado de moda, Gabriela não pretende transformar a coleção em um negócio por enquanto. Atualmente, ela está estagiando em uma revista de moda e foca na carreira como influenciadora.

"Quero continuar na moda, principalmente com minhas redes. Tenho planos de fazer pós-graduação fora, mas ainda quero aprender mais antes de criar uma marca. Gosto da ideia de atuar como estilista, modelista, figurinista... tem muita coisa para explorar”, afirmou.

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