Autópsia aponta que Juliana Marins sofreu múltiplos traumas e permaneceu viva por até 15 minutos após cair do penhasco crédito: Instagram / reprodução
O Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro confirmou que Juliana Marins, de 26 anos, sofreu múltiplos traumas e permaneceu viva por até 15 minutos após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. O laudo da segunda autópsia, divulgado na noite desta terça-feira (8/7), trouxe detalhes contundentes sobre os últimos momentos da brasileira.
De acordo com a TV Globo, um documento da Polícia Civil aponta que Juliana passou por um “período agonal” antes da morte. Isso significa que a jovem teria passado momentos de estresse extremo e falência progressiva dos órgãos.
A primeira autópsia, realizada na Indonésia, já havia apontado politraumatismo como causa da morte, mas não conseguiu concluir o dia e horário em que Juliana morreu. A nova análise, feita no Brasil, também não teve sucesso.
Inconsistências do governo indonésio e falhas no resgate
De acordo com a família, a principal motivação para a realização de uma segunda perícia médica foi a falta de clareza sobre o momento da morte e as condições do resgate. Segundo os familiares, havia diversas inconsistências nos relatos oficiais do governo indonésio.
Juliana foi resgatada do penhasco no dia 25 de junho, quatro dias após o acidente, já sem vida. De acordo com a família, as autoridades da Indonésia foram negligentes com a demora no resgate de Juliana.
Nesta terça-feira (8), a Prefeitura de Niterói inaugurou uma placa em homenagem à niteroiense Juliana Marins, no mirante da Praia do Sossego, em Camboinhas. De acordo com familiares, o local era um dos preferidos da publicitária.
A autópsia da brasileira Juliana Marins, que morreu após cair de uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, apontou que ela não chegou a agonizar por muito tempo no penhasco. Reprodução/Instagram
Os exames do corpo da publicitária mostraram que ela sofreu um traumatismo por força contundente , que resultou em danos aos órgãos internos e hemorragia extensa. E ela morreu em cerca de 20 minutos após sofrer essas lesões. Repodução redes sociais
Diante disso, a morte foi pelo trauma causado pelos ferimentos. Foi descartada a possibilidade de hipotermia, ou seja, a morte por causa do frio no local. A autópsia revelou múltiplas fraturas pelo corpo e também lesões na cabeça. Repodução redes sociais
O resgate demorou, segundo o governo da Indonésia, por causa das más condições do local: clima severo e baixa visibilidade. Três equipes participaram das buscas, incluindo duas que são do chamado "esquadrão Rinjani". Montagem/Reprodução/Instagram
O corpo foi transportado ao posto de Sembalun e, depois, levado de avião ao hospital Bayangkara. A necrópsia foi feita em Bali. Reprodução/Instagram
Juliana caiu no penhasco do vulcão enquanto participava de uma trilha no Monte Rinjani, um dos destinos mais famosos da Indonésia. Skyseeker/Flickr/Creative Commons
No sábado (21/06), ela foi vista com vida pela última vez em imagens de drone, num espaço pequeno do paredão, onde ainda estava se movimentando. Montagem/Reprodução/Redes Sociais
Na terça-feira (24/06), a família confirmou por meio de um post nas redes sociais, que ela tinha sido encontrada já sem vida. Juliana tinha 26 anos. Reprodução/Redes Sociais
O pai de Juliana, Manoel Marins, viajou para a Ãsia, para acompanhar o processo. Em 26/6, ele postou vÃdeo nas redes sociais sobre a dor da famÃia, que "aumenta a cada dia". E que tem chorado muito. Repodução redes sociais
Nos últimos cinco anos, o Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia, registrou oito mortes e 180 feridos em acidentes, segundo dados do governo local. Freepik/nikitabuida
O número de acidentes na região tem aumentado, com 60 casos registrados em 2024, quase o dobro de 2023. Reprodução/Google Maps
A maioria dos acidentes, segundo o governo indonésio, ocorre por falhas dos próprios turistas, como uso inadequado de equipamentos, despreparo físico e desrespeito às trilhas oficiais. Reprodução/X
Apesar dos riscos, o Monte Rinjani continua atraindo turistas por sua beleza e desafio, com trilhas complexas e clima instável. Reprodução/Redes sociais
Juliana participava de uma trilha de três dias pelas encostas do Monte Rinjani, considerada uma das mais difíceis da Indonésia, com altitudes superiores a 3.700 metros. Reprodução/Redes Sociais
Fotos divulgadas em uma conta no Instagram dedicada ao caso mostram Juliana caminhando e posando para fotos pela trilha, momentos antes do acidente. Montagem/Reprodução/Redes Sociais
O Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, localizado na ilha de Lombok, localizado a leste da capital Bali. Wikimedia Commons/Giovari max
Em altura, ele é superado apenas pelo Monte Kerinci, em Sumatra, que tem 3.805 metros. Wikimedia Commons/Muhamad Izzul Fiqih
A região ao redor do monte faz parte do Parque Nacional de Gunung Rinjani, uma área protegida de grande importância ecológica e cultural da Indonésia. Wikimedia Commons/Suryasriyama
A impressionante caldeira do vulcão, que abriga o lago Segara Anak, foi formada após uma erupção há cerca de 700 anos. Pexels/ROMAN ODINTSOV
No interior do lago, o cone vulcânico chamado "Gunung Barujari" continua ativo até os dias de hoje. Wikimedia Commons/Yon Ilahi
A região também é conhecida por suas trilhas desafiadoras, paisagens exuberantes e vistas panorâmicas que revelam tanto o oceano quanto os vales florestais da ilha. Eugene Chow/Unsplash
Para os habitantes locais, o Monte Rinjani tem um profundo significado espiritual. Maximus Beaumont/Unsplash
Muitos realizam peregrinações ao lago para fazer oferendas e rituais, acreditando que as águas possuam poderes de cura. Wikimedia Commons/Toni Wöhrl and Sang Cai
Além disso, o vulcão desempenha um papel importante na agricultura da região, pois suas encostas férteis sustentam plantações de arroz, café e outros cultivos. Unsplash/Samurai Cheems
Em homenagem e reconhecimento ao carinho que ela tinha por esse mirante, considerado um dos mais belos da cidade, o espaço foi batizado com seu nome.
O corpo da jovem foi enterrado na sexta-feira (4), no Cemitério Parque da Colina de Pendotiba, em Niterói. Inicialmente, a família de Juliana optou pela cremação. No entanto, desistiu da opção após considerar a possibilidade da nova autópsia.