SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O arquiteto Kongjian Yu, 62, morto nesta terça-feira (24/9) em um acidente de avião em MS, é considerado um dos pais do conceito de cidades-esponja. Professor da Universidade de Pequim, ele participou da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde exibiu obras que exploram a relação entre arquitetura e o meio ambiente.
Ele também participou da abertura da Conferência Internacional do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), em Brasília. Sua palestra lotou o auditório, com pessoas sentadas no chão e outras acompanhando em telões, segundo a entidade.
"Vejo o Brasil como a última esperança para salvar o planeta", disse durante o evento.
Nascido em Zhejiang, na China, o arquiteto se graduou pela Universidade Florestal de Beijing e fez doutorado em Harvard, segundo a Fapesp. Ele ganhou prêmios internacionais, como o IFLA Sir Geoffrey Jellicoe Award (2020), o Cooper Hewitt National Design Award (2023) e o RAIC International Prize (2025).
Cidade-esponja é um projeto chinês iniciado oficialmente em 2015 e que é visto como uma possível resposta para tragédias como a do Rio Grande do Sul, de 2024. Esse conceito prevê a adoção de áreas verdes, como parques arborizados e alagáveis, que deem espaço e tempo para a água ser absorvida pelo solo após as chuvas. A intenção é abrir espaços para que não haja devastação com enchentes.
À Folha, em 2024, Kongjian defendeu um olhar diferente para as tragédias climáticas, como as que atingiram o Brasil. "A enchente não é nossa inimiga. Precisamos encontrar uma solução e financiar essa solução para resolver o problema de uma forma holística. A alternativa é uma infraestrutura ecológica baseada na natureza, e não uma infraestrutura de concreto cinza."
Museo di San Marco (1436): Um antigo convento dominicano com afrescos de Fra Angelico, incluindo a famosa "Anunciação"
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Ognissanti (século XIII): Igreja e convento famosa por afrescos de Botticelli e Ghirlandaio, além do túmulo de Botticelli
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Casa di Dante (século XIV): Museu dedicado à vida e obra de Dante Alighieri, famoso por ter escrito "A Divina Comédia"
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Orsanmichele (1337): Igreja gótica inicialmente construída como mercado de grãos, famosa por suas esculturas externas, incluindo obras de Donatello
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Bargello (1255): Um antigo palácio que hoje abriga o Museu Nacional do Bargello, com esculturas importantes de Donatello, Michelangelo e outros mestres
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Piazzale Michelangelo (1869): Um terraço panorâmico que oferece vistas deslumbrantes de Florença, incluindo uma cópia do David de Michelangelo
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Santa Maria Novella (1279-1357): Igreja dominicana famosa por sua fachada gótica, projetada por Alberti, e afrescos de artistas como Masaccio e Ghirlandaio
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Loggia dei Lanzi (século XIV): Um espaço ao ar livre na Piazza della Signoria, com várias esculturas, incluindo "O Rapto das Sabinas", de Giambologna
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Cappelle Medicee (1520-1534): Capelas dentro da Basílica de San Lorenzo, construídas pela família Medici. Contêm obras de Michelangelo e os túmulos dos Medici
Basílica de San Lorenzo (393 d.C.): Uma das mais antigas igrejas de Florença, com uma fachada inacabada e capelas projetadas por Brunelleschi e Michelangelo
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Palazzo Vecchio (1299): A antiga sede do governo florentino, o palácio medieval ainda funciona como prefeitura e abriga um museu com obras de arte renascentistas
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Galleria dell'Accademia (1784): Museu conhecido por abrigar o original Davi de Michelangelo, além de outras obras de arte renascentistas
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Museo dell'Opera del Duomo: Museu que abriga obras originalmente criadas para a Catedral, incluindo esculturas de Donatello
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Basílica de Santa Croce (1294): A maior igreja franciscana do mundo, famosa pelos túmulos de grandes figuras como Michelangelo, Galileu e Maquiavel
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Jardins de Boboli (1550): Localizados atrás do Palazzo Pitti, esses jardins renascentistas são um exemplo de paisagismo da época, com fontes, esculturas e grutas
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Palazzo Pitti (1458): Originalmente residência da família Pitti, tornou-se o palácio dos Médici no século XVI. Hoje, abriga vários museus e a Galeria Palatina
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Ponte Vecchio (1345): A ponte mais antiga de Florença, famosa por suas lojas de joias e pelo corredor Vasariano, que conecta o Palácio Pitti ao Palácio Vecchio
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Galeria Uffizi (1560-1581): Um dos museus mais importantes do mundo, com uma vasta coleção de arte renascentista, incluindo obras de Leonardo da Vinci, Botticelli e Michelangelo
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Piazza della Signoria (século XIII): O centro político de Florença, cercada por estátuas famosas como uma cópia do Davi de Michelangelo e a Fonte de Netuno
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Catedral de Santa Maria del Fiore (Duomo) (1296-1436): A icônica catedral de Florença com sua enorme cúpula projetada por Brunelleschi. A fachada de mármore e a torre sineira de Giotto são outros destaques
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Florença, capital da região da Toscana, é o berço do Renascimento e um dos grandes centros artísticos e culturais da Itália. Famosa por suas obras de arte, arquitetura e monumentos históricos, é lar de ícones como a Catedral de Santa Maria del Fiore, o David de Michelangelo e a Galeria Uffizi. Veja os principais locais da região:
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Disse também que cidades-esponja são "um conceito que tem origem na China, mas não há uma abordagem rígida" sobre como solucionar os problemas. "Podemos aprender com o que já foi implementado na China, mas as soluções para cada país e cidade serão diferentes, pois o contexto local é diferente."
Ele também defendeu implementar seus princípios sem abandonar as "infraestruturas residuais", como piscinões e barragens. E afirmou que a cidade-esponja não pode ser considerada, isoladamente, "uma bala de prata".