Artigo

VALHACOUTO DOS REPRESENTANTES DO POVO

Além da cusparada na cara do povo, além do mau cheiro que daquela casa exalou, os nobres parlamentares estão a dizer: Cumpra-se o ordenamento jurídico

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Glauco Naves Corrêa
Advogado

“Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Matar e morrer de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais”
(Caetano Veloso)

Como se sabe a palavra Valhacouto refere-se a abrigo, refúgio de marginais, lugar destinado a encobrir inconfessáveis intenções, assim, deixo a critério do leitor, substituir mais adequadamente o termo “representantes do povo”, conferido pelo artigo 45 da Constituição Federal, e que dá título ao presente texto.


É de conhecimento geral que na noite de 16/09/2025, 344 parlamentares aprovaram a PEC da impunidade, ou, se preferirem, da bandidagem.


Além da cusparada na cara do povo, além do mau cheiro que daquela casa exalou, os nobres parlamentares estão a dizer: Cumpra-se o ordenamento jurídico país afora, aqui não!
Afinal, a vigilância e eventual atuação do Ministério Público e Judiciário revela-se ruim para os negócios, assim, a desfaçatez e o descaramento compensam, pois, somente em emendas ultrapassa-se o patamar de 50 bilhões de reais em dinheiro público a alimentar os currais eleitorais dos senhores parlamentares.
Nesse passo, tem-se garantia de reeleição sem a desagradável e perigosa interferência de promotores de justiça, procuradores, juízes, desembargadores ou ministros.


Todos sabemos que o Estado, como organização social, do qual a Câmara dos Deputados é parte, a exemplo do organismo biológico, entra em declínio quando pratica excessos ou é descomedido, no entanto, sem nenhum pudor ou comedimento, a Câmara dos Deputados, instituição que, segundo pesquisas, é muito mal avaliada por larga maioria da população brasileira, desconectada dos anseios populares, abusa de seu poder criando uma casta, uma camada social blindada, um séquito de inimputáveis, pairando acima da Lei, livres, leves e soltos para manejar, de acordo com seus interesses, boa parte do orçamento do país.


Só nos resta, por ora, praguejar contra essa gente abjeta, infame, artífices de muitas astúcias e vilanias, tendo, porém, o cuidado de anotar (e não esquecer) os nomes de cada um dos 344 deputados que desonram o parlamento, para que em 2026 sejam defenestrados daquela casa.

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