
Lula: 'Diziam que, para fechar o STF, bastaria um cabo e um soldado'
Presidente Lula discursou na abertura do ano judiciário e reforçou a harmonia entre os poderes e a defesa da democracia
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Siga noO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na abertura do ano judiciário, em sessão solene no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (1/2). O petista disse que a Corte “sentiu na pele o peso do ódio que se abateu no Brasil” e relembrou os ataques do 8 de janeiro.
Lula não citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas ressaltou a perseguição sofrida pelos ministros da Corte. “Sofreram perseguições, ofensas, campanhas de difamação e até mesmo ameaças de morte, inclusive contra seus familiares. Mas vocês não estavam sozinhos. As demais instituições e os democratas deste país estiveram, e estarão, sempre ao lado de vocês”, disse.
O presidente também citou uma frase famosa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, em 2018, afirmou que, para fechar o STF, bastava um cabo e um soldado. “Pois vieram milhares de golpistas armados de paus, pedras, barras de ferro e muito ódio. E não fecharam nem o Supremo, nem o Congresso, nem a Presidência da República”, emendou Lula.
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Último a discursar no evento, após fala dos presidentes do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do STF, Luís Roberto Barroso, Lula reforçou o que foi dito pelos colegas e exaltou a harmonia entre os Poderes.
“Quem ama e defende a democracia não pode perder de vista a importância da independência do Judiciário. A relação entre os Três Poderes deve ser pautada pelo equilíbrio. O sistema de freios e contrapesos foi criado para que nenhum Poder se sobreponha a outro. Nosso futuro será tanto melhor quanto mais baseado na cooperação entre instituições comprometidas com a paz, o crescimento econômico e a redução de todas as formas de desigualdade”, afirmou.
Em discurso, o ministro Barroso disse que os Poderes vivem momento de harmonia e independência, o que para o magistrado não significa “concordância”. Rodrigo Pacheco lembrou os ataques do 8 de janeiro e disse que as “coisas parecem voltar à normalidade” neste início de 2024. O senador ainda afirmou que é preciso um trabalho harmonioso para defender a democracia, mas que nenhuma instituição possui o monopólio dessa defesa.