Junio Amaral aciona MPF contra Erika Hilton por assessores maquiadores
Deputado do PL acusa colega do PSOL de desvio de função e uso indevido da estrutura pública; Erika afirma que assessores atuam institucionalmente
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Siga noO deputado federal Junio Amaral (PL-MG) acionou o Ministério Público Federal (MPF) e anunciou que o Partido Liberal (PL) apresentará ainda nesta terça-feira (24/6) uma representação contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. A iniciativa ocorre após a divulgação de que dois secretários parlamentares lotados no gabinete de Erika também atuam como maquiadores pessoais da congressista.
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“É inadmissível que comportamentos como este não sejam severamente punidos. Os recursos que custeiam a atividade parlamentar devem ser utilizados com ética e para finalidade devida. As informações trazidas a público pela imprensa podem ser facilmente comprovadas pelas próprias redes dos maquiadores e da própria deputada. Por isso, acionamos imediatamente o MPF para as devidas apurações e o PL deve apresentar ainda hoje representação no Conselho de Ética”, afirmou Junio ao Estado de Minas.
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A representação foi motivada por uma reportagem do portal Metrópoles, que mostrou imagens dos assessores maquiando Erika Hilton antes de compromissos oficiais. Para Junio Amaral, o caso configura ato de improbidade administrativa, por uso indevido da verba de gabinete para fins pessoais, contrariando o Ato da Mesa nº 72/1997 da Câmara, que define as atribuições dos secretários parlamentares como atividades de assessoramento direto nas funções legislativas.
Defesa da deputada
Erika Hilton, por sua vez, nega qualquer irregularidade. Em nota, a parlamentar afirmou que os dois assessores em questão, Índy Cunha Montiel da Rocha e Ronaldo César Camargo Hass, exercem funções institucionais em sua equipe e que a maquiagem é feita fora do expediente, por amizade e em caráter voluntário.
“Ambos me assessoram nas comissões, ajudam a fazer relatórios, preparam meus briefings, dialogam diretamente com a população e atores da sociedade civil”, disse. A equipe da deputada também enviou fotos e registros dos dois assessores em eventos institucionais, como reuniões no Tribunal de Justiça de Goiás, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara e em agendas externas com lideranças religiosas.
Segundo o portal da Câmara, Índy está no cargo desde novembro de 2024 e recebe R$ 2.126,59 mensais. Já Hass é assessor desde maio de 2024 e tem salário de R$ 9.678,22. Nas redes sociais, ambos publicam fotos em que aparecem maquiando a deputada. “Mother Erika Hilton para sua condecoração pelo presidente da República”, escreveu Índy em uma das postagens. Em outra, Ronaldo aparece ao lado da deputada com a legenda: “A mensagem que mais recebo: ‘Ronaldo, manda um beijo pra Erika’”.
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Hilton argumenta que os dois foram nomeados não por serem maquiadores, mas por sua contribuição política e institucional: “Eles não foram nomeados por me maquiar e, sim, por contribuírem muitíssimo com minha atuação parlamentar, seja na pauta LGBTQIA+ ou em tantas outras que meu mandato toca diariamente”.
Próximos passos
As representações agora estão sob avaliação do Ministério Público Federal e, caso admitidas, poderão gerar desdobramentos tanto no âmbito judicial quanto no Conselho de Ética da Câmara. A equipe da deputada afirma estar tranquila quanto à legalidade das nomeações e considera a ofensiva uma tentativa de desqualificar um mandato ligado às pautas de diversidade e direitos humanos.