Zema reitera ataques a Lula e ao STF, mas recua sobre tarifaço: 'Injusto'
Sem mudar discurso ideológico, governador mineiro diz que medida penaliza 'gente que votou contra e a favor do Lula'
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Siga noApós ter atribuído ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) a culpa pela sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se manifestou novamente sobre o tarifaço e condenou a decisão do governo americano. Em vídeo publicado nesta quinta-feira (10/7), o mineiro disse que a medida é “errada e injusta”.
O recuo de Zema não significou, no entanto, uma mudança de postura em relação à política brasileira. Ele começa sua retratação sobre a medida de Trump reiterando os ataques feitos anteriormente a Lula, ao STF e até mesmo à primeira-dama, Janja.
No início da declaração, o governador cita o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se refere a tentativas de censura das redes sociais e critica "provocações e intromissões" do presidente brasileiro na política dos Estados Unidos, sem citar qualquer episódio que evidencie algo do tipo.
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“Não tenho dúvida de que tem motivação política no julgamento de Jair Bolsonaro, por isso tenho estado ao lado desde o início. Também não tenho dúvida de que há tentativas de censurar a oposição a Lula nas redes sociais de acabar com a nossa liberdade de expressão. O STF, estamos vendo, já passou dos limites. As provocações e intromissões de Lula em assuntos dos Estados Unidos são lamentáveis, e essas injustiças não devem ser consertadas com mais injustiça e erro”, afirma Zema.
Na sequência do vídeo, feito o preâmbulo de críticas aos alvos preferenciais do bolsonarismo, Zema critica a taxação feita por Trump. O governador mineiro classificou as tarifas de 50% acrescidas às cobranças já feitas aos produtos brasileiros como uma medida que penaliza todo o país, quem votou em Lula e quem foi contra o petista eleito em 2022.
“A taxação imposta pelo presidente Trump a produtos brasileiros é uma medida errada e injusta, ela precisa, sim, ser revista porque penaliza todos os brasileiros, gente que votou contra e a favor do Lula. Empresas que investem no Brasil e que nada tem a ver com disputas políticas e ideológicas. Defender a liberdade não pode significar quem trabalha e produz no Brasil”, disse.
No fim da tarde dessa quarta-feira (9/7), Trump divulgou uma carta endereçada a Lula, anunciando a sobretaxa a partir de agosto. O americano argumenta que a medida busca corrigir uma disparidade na relação entre os dois países a despeito da balança comercial ser amplamente desfavorável ao Brasil desde 2009.
No primeiro parágrafo da carta, Trump cita Jair Bolsonaro, diz que o aliado brasieiro sobre uma perseguição, que a Justiça promove uma "caça às bruxas" e pediu que os processos acabem "imediatamente" (com o advérbio grafado integralmente com letras maiúsculas).
Horas após o anúncio das medidas de taxação à produção brasileira, Zema foi ao X (antigo Twitter) para associar a medida a uma represália ao comportamento de Lula, Janja e do STF.
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“As empresas e os trabalhadores brasileiros vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF. Ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vai custar caro para Minas e para o Brasil”, escreveu.