Da Itália, Zambelli se diz 'exilada política' e agradece Flávio Bolsonaro
De boné e em um local fechado, Carla Zambelli diz ser uma 'perseguida política no Brasil'
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Siga noSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Foragida da Justiça, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) gravou um vídeo e disse estar vivendo como "exilada política" na Itália. Ela agradeceu ao apoio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
De boné e em um local fechado, Zambelli diz ser uma "perseguida política no Brasil". "Eu queria dizer que hoje acordei com uma notícia muito boa, que é um vídeo do Flávio Bolsonaro falando por mim, pedindo por mim para a [primeira-ministra da Itália] Giorgia Meloni, para o Matteo Salvini, que é o vice-primeiro-ministro daqui, pedindo para que me recebessem porque sou uma exilada política, sou uma perseguida política no Brasil", disse a deputada foragida.
No vídeo, publicado pelo portal Metrópoles, ela também disse que o comentário de Flávio Bolsonaro a ajudaria na tentativa de obter abrigo político. "Tudo isso que vem acontecendo só vem facilitar o nosso entendimento aqui, porque, se não estivesse acontecendo tudo isso, com a sanção, com uma série de coisas, realmente não daria para entender o que está acontecendo comigo."
A deputada gravou a mensagem após o senador pedir à Itália que abra as portas para ela. As declarações foram dadas em entrevista ao portal Metrópoles, na quinta-feira (24/7). "Quero pedir às autoridades italianas, publicamente, que abram as portas do governo para essa perseguida política, porque ela foi para lá por saber que não enfrentaria um processo justo e imparcial - já está pré-condenada", disse Flávio.
Foragida da Justiça
Zambelli é considerada foragida pela Justiça brasileira. Em junho, após o anúncio da viagem da deputada para o exterior, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República e pediu a inclusão do nome dela na lista de difusão vermelha da Interpol.
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A parlamentar foi condenada a dez anos de prisão pela Primeira Turma do STF em maio, além da perda do mandato. A Primeira Turma da Corte decidiu por unanimidade que ela cometeu os crimes de falsidade ideológica e invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli planejou o ataque virtual que inseriu no sistema do CNJ decisões judiciais forjadas, como um mandado de prisão contra o próprio Moraes, com o trecho: "Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L", diz o documento falso.
Hacker foi condenado
O hacker Walter Delgatti Neto foi condenado na mesma ação a oito anos e três meses de prisão. Além das penas, o relator Moraes determinou que ele e Carla Zambelli paguem, solidariamente, R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos. Moraes também fixou multas individuais: cerca de R$ 2,1 milhões para a deputada e aproximadamente R$ 520 mil para Delgatti.
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A deputada ainda responde a outra ação penal no Supremo. Ela é ré acusada de porte ilegal de arma e constrangimento armado, por ter perseguido um homem com pistola nas ruas de São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. O julgamento já tem maioria pela condenação, mas foi interrompido por pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques.