Movimentos sociais farão uma manifestação nacional, nesta quinta-feira (10/7), pela taxação dos super-ricos, pela redução do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e pelo fim da escala de trabalho 6x1. Em Belo Horizonte, a concentração para o ato está marcada para as 17h na Praça Sete, no Centro. Em São Paulo, a ação será na Avenida Paulista.
Nos últimos dias, essas pautas viraram motivo de embate nas redes entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que defende que elas sejam aprovadas, e o Congresso Nacional, onde as propostas tramitam sem a simpatia da maioria dos parlamentares.
O estopim foi a derrubada pela Câmara e pelo Senado do decreto do presidente Lula, que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), incidindo basicamente sobre transações feitas com moedas estrangeiras.
O Planalto defende esse aumento sob o argumento de que precisa aumentar a taxação dos ricos em benefício da parcela de baixa renda, para não precisar cortar gastos e poder reduzir a taxação do imposto de renda para quem ganha menos.
O Legislativo, porém, derrubou o decreto, alegando que não aceita aumento de impostos sem que o governo comece a rever gastos. No mesmo dia, os parlamentares aprovaram o aumento do número de deputados. Esse embate acabou impulsionando uma campanha contra o Congresso Nacional nas redes sociais, taxado de inimigo do povo.
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Organizada por diversas entidades e também pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que articula o fim da escala 6x1, a intenção é pressionar deputados e senadores para que eles votem a favor dessas pautas.
Para Pedro Martins, um dos organizadores do ato em Belo Horizonte e coordenador do Coletivo Alvorada, que reúne militantes da esquerda na capital mineira, a manifestação é uma “resposta aos desmandos do Congresso, que tem barrado os projetos importantes para a sociedade e para o povo brasileiro, como o fim da escala 6x1, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha menos e a tributação dos super ricos”, afirma.
Segundo ele, o Coletivo Alvorado imprimiu 200 cartazes pela taxação dos super-ricos que estão sendo colados em pontos estratégicos da cidade e produziu também faixas que serão espalhadas nos principais viadutos e passarelas da capital mineira, chamando a população para participar do debate sobre essas pautas.
Uma das representantes do VAT em Minas Gerais, Bruna Simões, disse que o movimento está mobilizado em vários estados pelo fim da escala e também na capital mineira. Na convocação para o ato, o VAT chama o Congresso Nacional de “Congresso da Mamata” e afirma que inaceitável não é criticar deputados e senadores.
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“Inaceitável é a escala 6X1, inaceitável é deputado trabalhar três vezes por semana e ainda aprovar mais 18 cadeiras para sugar nosso dinheiro, inaceitável é o salário mínimo miserável enquanto eles (parlamentares) torram milhões com auxílio-mudança, viagens e jantares com empresários. Inaceitável é pedir respeito quando o povo se revolta nas redes. O 'Congresso da Mamata' não aceita crítica, mas adora destruir direitos”, afirma o texto convocatório para os atos do dia 10.