O bar e restaurante Café com Arte, no Bairro de Nazaré, em Belém (PA), foi cobrado pela clientela logo pela manhã dessa sexta-feira (18/7), assim que a operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) levou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a colocar tornozeleira eletrônica, uma das medidas cautelares aplicadas a ele, para monitoramento.
É que desde maio de 2023 o empresário Roberto Figueiredo, de 52 anos, mantém a promessa de distribuir gratuitamente 13 barris de chopp caso o ex-presidente seja preso. Como Bolsonaro não foi condenado e está em liberdade, o empresário, que reafirma sua posição política, distribuiu sete barris para os clientes que se dispuseram a pagar o simbólico valor de R$ 13.
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"Acordei às 8h30, quase 9h, com gente me ligando, me marcando, acabei botando sete barris. Em menos de duas horas, os ingressos esgotaram e lotou o espaço", afirmou, destacando que a autorização atual é de limite de aproximadamente 200 pessoas, mas que vai buscar aumentar a capacidade junto a prefeitura.
Ele garante que a promessa dos 13 barris segue de pé, mas disse que outros clientes, inclusive políticos, já prometeram contribuir com mais alguns barris.
"A ideia, quando ele for preso mesmo, é fazer na rua, na calçada. A promessa continua, ele não foi preso ainda. Este foi só o esquenta!", disse o empresário, que acredita que a prisão deve ocorrer em outubro deste ano, apenas por uma questão de pressentimento.
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Figueiredo, que perdeu um irmão para a Covid-19 e quase perdeu a esposa para a doença, afirma que a celebração é por um sentimento de justiça.
"É um sentimento de que a Justiça está sendo feita, não só pelo que fez com a minha família, mas com as famílias de quem perdeu alguém. Às vezes as pessoas acham que a gente está comemorando por comemorar, mas estamos comemorando porque passamos quatro anos de desgraça nas mãos desse cara. Que a gente se recupere, que as famílias voltem a se falar", justificou.
Até o momento, esta é a terceira vez que o empresário distribui bebidas para seus clientes. A primeira foi na decretação da inelegibilidade, quando deu seis barris; e a segunda, quando Bolsonaro virou réu, ele deu um barril para cada voto da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que foram cinco.
Figueiredo afirmou que "não ia nem beber ontem, mas aconteceu isso".
Medidas cautelares contra Bolsonaro
O ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, determinou que o ex-presidente cumprisse uma série de medidas cautelares por suspeita de coação no curso do processo; obstrução de investigação; e atentado à soberania, já que o seu filho e deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vem trabalhando para sancionar ministros do STF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Brasil.
Além da tornozeleira, Bolsonaro não pode manter contato com outros réus ou investigados, como o seu filho Eduardo; não pode sair entre às 19h e às 6h, durante a semana, e nem aos finais de semana e feriados; não pode usar redes sociais; não pode manter contato com autoridades estrangeiras, nem se aproximar de embaixadas e consulados.
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Bolsonaro afirmou que a decisão de Moraes tem como objetivo constrangê-lo e humilhá-lo. Na mesma noite, o secretário de Estado dos Estados Unidos, anunciou que ordenou o cancelamento dos vistos americanos de Moraes e outros sete ministros da Suprema Corte, além de familiares e do Procurador-Geral de República (PGR), Paulo Gonet.