O vice-governador Mateus Simões (Novo) voltou a criticar a condução do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas negociações com os Estados Unidos sobre a taxa de 50% anunciada por Donald Trump no início do mês. Em entrevista para a CNN Money, nesta quarta-feira (23/7), Simões estimou perdas de US$ 1 bilhão somente no comércio de café.
Segundo o vice-governador, as estimativas do Palácio Tiradentes convergem com o estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que calcula perdas de R$ 21,5 bilhões no PIB mineiro no longo prazo.
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“São mais de R$ 20 bilhões de perdas possíveis em virtude de uma condução equivocada da pauta internacional. Eu tenho repetido, nós temos um Itamaraty muito competente, mas lugar de discutir diplomacia é nos canais diplomáticos, não é no twitter. A gente precisa de muito cuidado, Minas Gerais não pode ser prejudicada por isso”, disse.
Em carta enviada ao governo brasileiro, o presidente dos EUA justificou a medida com o que apontou como uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) por uma suposta tentativa de golpe. O prazo informado pelo republicano para iniciar a taxação é 1º de agosto.
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“Estamos muito preocupados. Atinge agricultura e mineração em cheio, uma parte da nossa siderurgia também é diretamente afetada. Minas Gerais segue como um dos Estados mais prejudicados, atrás apenas de São Paulo em termos de exposição direta ao tarifaço do Trump”, disse, afirmando ainda que o governo do estado trabalha para abrir novos mercados para os produtos mineiros.
Questionado sobre o diálogo do estado com o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Simões afirmou que há uma falta de coordenação no Palácio do Planalto para tratar sobre o tema.
“O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento não conseguem definir quem tem a liderança efetiva no processo de negociação. É muita conversa na internet e pouca ação efetiva coordenada no governo federal, me preocupa”, completou.