Haddad: 'Somos sancionados por sermos mais democráticos que o agressor'
Governo anunciou R$ 30 bilhões em linha de crédito para socorrer empresas exportadoras para os Estados Unidos
compartilhe
Siga noO ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que o Brasil está sendo sancionado por ser mais democrático que “seu agressor”, ao anunciar o plano de contingência ao tarifaço dos Estados Unidos sobre os produtos exportados pelo país, nesta quarta-feira (13/8). Segundo o petista, a retaliação econômica de Donald Trump é uma “situação inusitada”.
“Estamos em uma situação muito inusitada porque o Brasil é um país que está sendo sancionado por ser mais democrático que seu agressor. É uma situação inédita e muito incomum no mundo. Um país que não persegue adversários, imprensa, escritórios de advocacia, universidades, imigrantes legais ou ilegais, está sujeito a uma retaliação injustificável do ponto de vista político e econômico”, disse.
Leia Mais
Haddad esteve ao lado de outros ministros e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, para anunciar a primeira parte do pacote de medidas para socorrer os exportadores brasileiros que foram sobretaxados em 50% nos Estados Unidos.
A principal medida anunciada foi uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para auxiliar os impactados. O presidente Lula assinou uma medida provisória para viabilizar a linha de crédito, e que agora “passa a bola” para a Câmara e o Senado. “A crise existe para nós criarmos novas coisas. O que é desagradável é que as razões justificadas para impor tarifas ao Brasil não existem”, disse.
- Defesa final de Bolsonaro põe contagem regressiva a julgamento com STF sob pressão
- Câmara aprova projeto que transforma BH em 'Capital do Bitcoin'
Lula também destacou que não vai assinar a reciprocidade prevista na legislação, com o objetivo de não piorar a relação com os americanos. “Nós não estamos anunciando reciprocidade, veja como nós somos negociadores”, disse.
Além da linha de crédito, o plano prevê o adiamento por até dois meses no pagamento de tributos federais e compras públicas de perecíveis. As medidas entram em vigor com a Medida Provisória, porém o Congresso deve aprovar o plano em até 120 dias para que continue válida.