INVESTIGAÇÃO

PF aponta conluio entre Bolsonaro e advogado da Trump Media contra STF

Os diálogos revelados nesta quarta-feira (20/8) pela investigação da PF configuram o que os investigadores classificam como "ações previamente coordenadas" com finalidade específica de atacar Alexandre de Moraes, do STF

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A Polícia Federal identificou uma rede de coordenação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o filho Eduardo e o advogado norte-americano Martin de Luca, representante das plataformas Rumble e Trump Media, para atacar sistematicamente o Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente o ministro Alexandre de Moraes.

Os diálogos revelados nesta quarta-feira (20/8) pela investigação da PF configuram o que os investigadores classificam como "ações previamente coordenadas" com finalidade específica. Uma ação da Rumble contra Moraes foi apresentada em 19 de fevereiro de 2025.

No dia seguinte, De Luca criou uma conta no X e, em 25 de fevereiro, fez sua primeira publicação atacando o ministro brasileiro, compartilhando conteúdo que sugeria transferência de ativos financeiros de Moraes nos Estados Unidos.

Também foi mostrado pela PF que De Luca enviava a Bolsonaro, via WhatsApp, as petições judiciais no mesmo dia em que eram protocoladas na Justiça americana. Em 14 de julho de 2025, o advogado encaminhou ao ex-presidente a íntegra de uma petição suplementar da Rumble contra Moraes.

Segundo a PF, o diálogo "constitui indício relevante que evidencia desvio quanto a real finalidade das pretensões deduzidas pela empresa em face de litigância contra Ministro do Supremo Tribunal Federal".

Orientação

Em outra conversa revelada pela PF, Bolsonaro solicita orientação direta de De Luca para elaborar comunicados nas redes sociais. "Martin, peço que você me oriente também (...) Me orienta uma nota pequena da tua parte, que eu possa fazer aqui, botar nas minhas mídias, pra chegar a vocês de volta aí", disse o ex-presidente ao advogado da Trump Media e do Rumble.

A mensagem revela o que os investigadores classificam como "relação de sujeição da comunicação do ex-presidente nas redes sociais ao prévio assentimento de plataformas e grupos externos". De Luca prontamente se comprometeu a enviar a nota solicitada, oferecendo-se para "melhorar a comunicação em relação ao tarifaço".

Participação de Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia

A investigação ainda revela que a rede de coordenação não se limitava a Bolsonaro e De Luca. Em março de 2025, o advogado americano compartilhou diretamente duas publicações de Eduardo Bolsonaro contra Moraes. Em julho, após Bolsonaro ajustar o conteúdo de uma "carta" com o pastor Silas Malafaia sobre as tarifas americanas, o ex-presidente enviou o texto a De Luca, que reagiu positivamente e ofereceu acesso à mídia americana.

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A convergência de ações é evidenciada pela timeline: no dia 3 de agosto de 2025, De Luca repostou uma publicação de Silas Malafaia, demonstrando o alinhamento entre os diferentes atores da operação.

Além das mensagens, foram identificadas chamadas telefônicas entre Bolsonaro e De Luca. Em 15 de julho de 2025, ambos conversaram por quase nove minutos (8min55seg), conversa intercalada com o envio de links sobre possíveis reações de Moraes a sanções americanas e sobre as alegações finais da Procuradoria-Geral da República na ação sobre a trama golpista.

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