Malafaia acusa Moraes de ‘perseguição religiosa’ após operação da PF
Pastor publicou vídeo nas redes sociais dizendo que teve caderno com mensagens bíblicas apreendido pela polícia
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Siga noO pastor Silas Malafaia criticou mais uma vez o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A publicação em redes sociais na madrugada desta quinta-feira (21/8) ocorreu horas depois de ele ter sido alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) ao desembarcar de um voo no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Malafaia diz ser vítima de uma perseguição religiosa e acusa Moraes de usar a imprensa para vazar conversas de cunho pessoal com Jair Bolsonaro (PL).
Em uma gravação de pouco mais de quatro minutos, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo afirma que o magistrado age como “um ditador de toga”. “Alexandre de Moraes, o ditador da toga, promove perseguição política e agora religiosa também. Venho denunciando os crimes desse ditador nesses quatro anos”, disse Malafaia.
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Segundo o pastor, a operação determinou a apreensão de seu celular, três cadernos “com mensagens bíblicas” e do passaporte. “Cheguei de Portugal e no aeroporto fui interceptado pela Polícia Federal. Levaram meu celular, meus cadernos de mensagens bíblicas e até meu passaporte. Que país é esse?”, questionou.
Além de mensagens bíblicas, Malafaia afirmou que os cadernos continham anotações de pregações, roteiros de vídeos e manifestações religiosas. Ele também criticou o vazamento de informações sobre o inquérito antes mesmo da notificação de seus advogados.
“Se eu falar do inquérito, sou preso. Mas a Gestapo de Alexandre Moraes vaza tudo”, disse, comparando as informações divulgadas pela imprensa com a polícia política nazista.
Apesar das críticas, o pastor declarou ver um “lado positivo” na exposição, afirmando que ela teria mostrado sua “honestidade, independência e vínculo com a família”. Em um trecho, ele chama Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de “amigo”. Vale destacar que, em uma das mensagens enviadas a Bolsonaro, ele chama o deputado de “babaca”.
“Mostrou minha honestidade, minha independência. Não sou bajulador, não sou puxa-saco, falo o que tenho que falar. E sou considerado. São meus amigos. Bolsonaro, Carlos, Flávio, Eduardo, Michelle. Me consideram pela minha lisura”, declarou.
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Ele termina o vídeo convocando fiéis a participar de um ato no dia 7 de setembro, na Avenida Paulista, em São Paulo. "Deus livre o Brasil dessa gente má, injusta e perversa”, finalizou.
Por que Silas Malafaia está sendo investigado?
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O pastor foi oficialmente incluído no inquérito que apura possíveis manobras para obstruir o julgamento no STF sobre a tentativa de golpe de Estado. A PF o associa como articulador de sanções internacionais (como o “tarifaço” e a aplicação da Lei Magnitsky) com o intuito de pressionar o Judiciário;
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Em 20 de agosto, ao desembarcar no Aeroporto do Galeão (RJ), Malafaia teve seu celular apreendido e seu passaporte retido como parte das medidas cautelares determinadas pela PF. Ele também está proibido de deixar o país e de manter contato com outros investigados;
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O relatório da PF que recomendou o indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado democrático de direito também inclui Malafaia como parte das ações associadas à interferência no julgamento da trama golpista no STF;
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A PF detectou que Malafaia, juntamente com Bolsonaro, Eduardo e Paulo Figueiredo, teria tido atuação relevante na tentativa de interferir politicamente no Supremo Tribunal Federal por meio da articulação de sanções econômicas e judiciais contra o Brasil;
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Na mesma operação, Jair Bolsonaro e Eduardo foram indiciados por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo a PF, pai e filho teriam atuado para pressionar ministros do STF por meio de articulações políticas, inclusive no exterior;
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O ex-presidente segue em prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares, como proibição de comunicação com aliados e participação em eventos públicos.