Defesa de Bolsonaro diz que relatório da PF é 'peça política'
Em resposta a Moraes, advogados de Bolsonaro dizem que relatório da PF 'causa espanto' e que foi feito para desmoralizar o ex-presidente.
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Siga noA defesa de Jair Bolsonaro (PL) respondeu os questionamentos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e negou que o ex-presidente planejava pedir asilo político na Argentina. Nos esclarecimentos, enviados na noite desta sexta-feira (22/8), os advogados ainda negam que Bolsonaro tenha descumprido as medidas cautelares impostas por Moraes.
Um rascunho de um pedido de asilo político foi encontrado no celular do ex-presidente. Por meio de um backup, a PF encontrou um documento editável com data de 10 de fevereiro de 2024, onde Bolsonaro alega sofrer perseguição política. "Parece claro que um rascunho de pedido de asilo ao presidente argentino, datado de fevereiro de 2024, não pode ser considerado um indício de fuga", diz a defesa em peça enviada ao STF.
Os advogados do ex-presidente argumentam que o processo criminal que originou as cautelares foi proposto um ano depois da data do rascunho. A defesa ainda diz que o "objetivo" da PF foi alcançado com a exposição do rascunho. "Manchetes no Brasil e no exterior anunciando que o ex-presidente planejou uma fuga. Nada mais falso, mas nada mais impactante, sobretudo há pouco mais de 10 dias do julgamento", diz a defesa.
"Fato é que, com ou sem o rascunho, o ex-presidente não fugiu. Pelo contrário, obedeceu a todas as decisões emanadas pela C. Suprema Corte, inclusive a que o proibia de viajar ao exterior, respondeu à denúncia oferecida, compareceu a todas as audiências, sempre respeitando todas as ordens deste E. STF", afirmam os advogados no documento.
Confira o rascunho encontrado no celular de Bolsonaro:
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Defesa crítica "exposição" de conversas de Bolsonaro
Na peça, a defesa diz que o relatório da Polícia Federal apresentado na última quarta-feira (20/5) "causa espanto". A PF indiciou o ex-presidente e o filho Eduardo Bolsonaro por coação na ação penal de golpe de Estado. "Encaixa-se como uma peça política, com o objetivo de desmoralizar um ex-presidente da República (que, quer queiram as autoridades policiais ou não, ainda é um líder político), expondo sua vida privada e acusando-o de fatos tão graves quanto descabidos. Parece incrível, mas boa parte do relatório dedica-se a um disse-me-disse sem qualquer relevância para a investigação", diz o documento.
O relatório da PF contou com diversos áudios e prints de conversas encontradas no celular de Bolsonaro. Em alguns dos diálogos, o filho Eduardo aparece brigando e xingando o pai após ter sido chamado de "imaturo" em uma entrevista.
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"Transcreve e replica diálogos que não têm a menor relação com fatos em apuração, afinal não parece ter relevância para a investigação o fato de o presidente pretender apoiar o governador Tarcísio ou um de seus filhos como candidato à Presidência da República", diz a defesa na peça.
Na resposta enviada ao STF, os advogados argumentam que Bolsonaro nunca esteve proibido de usar o "WhatsApp, de trocar mensagens e de se manifestar".
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"A tentativa de incriminar o envio de mensagens privadas para sua lista de contatos é, de um lado, dar uma interpretação elástica às medidas cautelares impostas que, pelo contrário, deveriam ter sempre leitura restrita e precisa", argumenta a defesa.