SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Quatro governadores de direita vistos como presidenciáveis para 2026, entre os quais o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desferiram críticas ao governo Lula (PT) e anteciparam discursos eleitorais para o próximo ano durante evento em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (13).
Promovido pelo banco BTG Pactual, o painel "Unindo Forças Pelo Agro", voltado para discutir ações em prol do agronegócio, reuniu, além de Tarcísio, os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD).
Os quatro são cotados à Presidência contra o próprio Lula, que tentará a reeleição no ano que vem, e citaram crises econômica, institucional e moral para justificar os ataques ao petista.
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"A gente vive andando numa ciranda e discutindo picuinha. O Brasil não aguenta mais excesso de gastos, o Brasil não tolera mais aumento de impostos, o Brasil não tolera mais corrupção, o Brasil não aguenta mais o PT, o Brasil não aguenta mais o Lula", declarou Tarcísio.
A fala do governador de São Paulo, que é visto como um dos favoritos a sair candidato ao Palácio do Planalto pelo campo da direita, foi uma das mais duras que ele já fez contra o presidente. Tarcísio havia feito ataques mais diretos a Lula em manifestações bolsonaristas, geralmente ao lado de seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Governadores miram o Planalto
À exceção dos outros três governadores, Tarcísio é o único que não declarou publicamente o ensejo de se candidatar à Presidência no próximo ano. Ele alega que tentará a reeleição ao governo paulista, embora, nos bastidores, já tenha sinalizado a aliados que sairia candidato caso Bolsonaro pedisse.
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Durante o debate, os quatro governadores pediram renovação nos quadros políticos e elogiaram as políticas uns dos outros. "Se não é essa safra de governadores, o Brasil estaria muito pior", disse Ratinho Jr.
Eduardo Leite acrescentou que, das últimas dez eleições à Presidência, em sete Lula foi candidato. "O país precisa virar essa página com uma nova geração. E aqui, que a gente possa colocar uma nova agenda para o país, que não seja simplesmente a de evitar o outro. Que a gente possa votar um projeto de país, que a gente não faça para evitar o outro", disse.
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Ronaldo Caiado disse que o país vive hoje "política populista inconsequente, irresponsável", que o presidente é "um anão político" e que há risco de um processo de socialização com o petista.
"Prestem atenção vocês empresários, vocês investidores, vocês banqueiros, vocês que estão no rótulo que ele diz ser responsável pela crise: ou o Brasil cria juízo e derrota o Lula em 2026 ou, senão, é um processo de socialização no país com máquina de irresponsável avançando cada vez maior", afirmou.
Tarifaço
Ratinho Jr. também disse que o país vive um "período de insegurança jurídica e desrespeito às instituições" e criticou a forma como o governo federal reagiu ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Não é comendo jabuticaba e fazendo videozinho que vai resolver os problemas do país", disse em referência ao vídeo em que Lula aparece comendo jabuticaba e dizendo a Trump que quem come a fruta de manhã não precisa de briga tarifária.
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Sobre o tarifaço, Caiado afirmou que "fomos penalizados porque o Lula resolveu brigar com o Trump".