O governador Romeu Zema (Novo), pré-candidato à Presidência da República, compartilhou um vídeo nesta terça-feira (19/8) em que o cantor Renato Russo (1960-1996) se classifica como um “capitalista nato”. A publicação ocorre após o Partido Novo ser notificado pelo filho do vocalista pelo uso não autorizado da música “Que país é esse?”, no 9º encontro nacional da legenda.
No vídeo, o vocalista da banda Legião Urbana é questionado sobre sua opinião acerca de valores como “tradição, família e propriedade”. Renato Russo então diz que a pergunta é uma “tentativa de criar uma polêmica”.
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“Tradição é uma coisa que seria bom se nosso país tivesse. Família, eu gosto muito da minha família. E propriedade é uma coisa que eu estou querendo aumentar ao máximo, porque quero muitas propriedades, sou um capitalista nato”, respondeu.
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Na publicação, Zema disse que “concorda 100%” com Renato Russo. “Um país deve preservar suas tradições; família é a base de tudo; capitalismo é o melhor sistema de governo para gerar riqueza e tirar as pessoas da pobreza. Viva Legião!”, escreveu o governador.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, nessa segunda-feira (18/8), o filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, disse que nem Zema nem o Novo pediram autorização para usar a música do pai durante o lançamento da pré-candidatura do governador mineiro.
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A notificação extrajudicial enviada por Manfredini pede para que o político e o partido evitem usar a música “em publicações futuras” nas redes sociais. “Mais uma vez a extrema direita insulta a obra do meu pai, a memória dele, e faz uma afronta aos direitos autorais”, disse o filho do cantor.
Na notificação, a empresa Legião Urbana Produções Artísticas LTDA diz que tomou conhecimento do uso da música por uma publicação de Zema nas redes sociais. “A sincronização não autorizada viola a Lei de Direitos Autorais de n° 9610/98 (“LDA”), que estabelece que se faz necessária e obrigatória a autorização prévia dos titulares dos direitos conexos e/ou autorais para a utilização, fixação e sincronização de Obra Musical de terceiros, seja qual for o motivo”, escreve.