O governador de Minas Gerais e pré-candidato à Presidência da República, Romeu Zema (Novo), voltou a defender nessa segunda-feira (25/8) a possibilidade de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que será julgado a partir de 2 de setembro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de tentativa de golpe de Estado.
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“Apoiaria sim (uma anistia para Bolsonaro). Eu quero é um Brasil pacificado e não um pai e mãe brigando e os filhos desassistidos, pagando a conta, sem comida, sem tomar banho direito, que é o que está acontecendo no Brasil. Precisamos pacificar o Brasil. Já demos anistia no passado para assassinos, para sequestradores. Agora não vamos dar anistia neste caso?”, questionou Zema, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
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Bolsonaro é réu em ações que tratam dos atos golpistas de 8 de janeiro e de sua conduta no período pós-eleições de 2022. Ele é acusado de liderar a “trama golpista”, que tinha como objetivo impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Quando será o julgamento de Bolsonaro?
- O presidente da Primeira Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, marcou para 2 de setembro o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus.
- Foram convocadas sessões extraordinárias nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro (das 9h às 12h).
- No dia 12, haverá ainda uma sessão à tarde (14h às 19h).
- Também estão previstas sessões ordinárias nos dias 2 e 9 de setembro (14h às 19h).
- Todas as sessões terão como foco a Ação Penal 2.668, que apura o chamado “Núcleo 1” da trama golpista.
Quem são os réus?
O processo envolve a cúpula do governo Bolsonaro:
- Jair Bolsonaro (ex-presidente);
- Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa);
- Augusto Heleno (ex-ministro do GSI);
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin);
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
- Mauro Cid (tenente-coronel e ex-ajudante de ordens).
Qual a acusação contra Bolsonaro e aliados?
- A Procuradoria-Geral da República (PGR) pede a condenação de Bolsonaro por liderar uma organização criminosa com objetivo de aplicar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
- Segundo a PGR, o plano incluía: anulação das eleições, prisão de autoridades públicas, intervenção em tribunais.
- Os ataques de 8 de janeiro de 2023 são apontados como parte da trama.
- As investigações indicam até mesmo uma suposta trama para assassinato de autoridades, como Alexandre de Moraes, Lula e Geraldo Alckmin.
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A denúncia se baseia em:
- Delação de Mauro Cid, documentos, testemunhos, registros digitais coletados pela Polícia Federal e analisados pela PGR.
Os réus são acusados de:
- Organização criminosa, tentativa de golpe de Estado, dano ao patrimônio público, abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Se condenado, Bolsonaro pode pegar mais de 40 anos de prisão e ter a inelegibilidade ampliada além de 2030.