Minas Gerais tem apenas três cidades entre as 50 mais competitivas do Brasil, de acordo com o ranking elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). A lista avalia 65 serviços considerados primordiais em municípios com mais de 80 mil habitantes no país e atribui notas gerais para compará-las entre si. Além da baixa presença mineira no recorte do topo, a edição de 2025 do indicador mostra Belo Horizonte em sua pior colocação em seis edições do estudo.

O ranking foi divulgado pelo CLP nesta quarta-feira (27/8) e reúne dados dos 418 municípios mais populosos do país coletados a partir de indicadores do ano anterior. As três cidades de Minas entre as 50 mais competitivas são: Belo Horizonte, em 33º lugar; Itabira, em 35º; e Itajubá, em 46º.

Em um recorte mais abrangente, há mais seis cidades de Minas Gerais entre as 100 primeiras colocadas do ranking. São elas: Pouso Alegre, em 53º lugar; Juiz de Fora, em 58º; Lavras, em 67º; Nova Lima, em 75º; Uberlândia, em 77º; e Ipatinga, em 98º.

Na análise de Tadeu Barros, diretor-presidente do CLP, a análise geral de Minas Gerais mostra uma queda significativa entre as cidades com mais de 80 mil habitantes no estado. A avaliação da distribuição geográfica dos municípios melhor e pior colocados também condiz com a disponibilidade de recursos financeiros.

Dos 853 municípios de Minas, estamos olhando para 48, que são os que têm mais de 80 mil habitantes. Em linhas gerais, dos 48 municípios, 31 perderam posições em relação ao ranking do ano passado. Fica um destaque importante para Itabira, que sobe para 35ª posição e aparece como o segundo município mais competitivo dentro de Minas Gerais, o que muito se deve à questão econômica e à exploração do minério. O que a gente está acostumado a ver é o Sul de Minas bem desenvolvido, então Pouso Alegre e Itajubá aparecem ali dentro do top 5 entre as cidades mineiras. E fechamos com Juiz fora mostrando também uma subida e uma pungência econômica sobre o ponto de vista de serviços e de atração de investimentos”, disse Barros ao EM.

O ranking do CLP estabelece 65 indicadores para definir o que é considerada uma cidade competitiva. Estes, por sua vez, estão agrupados nos seguintes 13 pilares temáticos: Sustentabilidade Fiscal, Funcionamento da Máquina Pública, Acesso à Saúde; Qualidade da Saúde; Acesso à Educação; Qualidade da Educação; Segurança; Saneamento; Meio Ambiente; Inserção Econômica; Inovação e Dinamismo Econômico; Capital Humano e Telecomunicações.

A partir destes critérios, as cinco cidades mineiras menos competitivas entre as que têm mais de 80 mil moradores são: Sabará, em 309º lugar; Alfenas, em 317º; Manhuaçu, em 326º; Esmeraldas, em 328º; e Ribeirão das Neves, em 339º, última posição entre as mineiras que está também em sua pior posição no ranking desde a criação da lista, em 2020.

Nos critérios estabelecidos pelo CLP, a competitividade está atrelada ao uso racional de recursos e à elaboração de políticas públicas baseadas em dados. Segundo Tadeu Barros, presidente do grupo, o ranking tem ganhado adesão entre prefeitos e governadores, que procuram a organização para entender as métricas utilizadas e atacar as principais mazelas dos locais que governam.

“Nosso objetivo é colocar na mão de lideranças públicas as ferramentas suficientes para melhorar o processo decisório e na construção, avaliação, monitoramento de políticas públicas. Eu falo que a gente tem sido muito feliz com o ranking, porque hoje a gente tem uma aderência muito grande de prefeitos, secretários e interessados no ranking de municípios”, afirma.

Posições das cidades mineiras

Tabela

BH EM QUEDA

“Belo Horizonte tem um resultado bastante grave, eu falo que é um sinal vermelho mesmo. A capital de Minas, historicamente, esteve sempre entre os 15 municípios mais competitivos do Brasil e agora caiu 20 posições. Mas o que mais assusta é que dos 13 pilares temáticos, a cidade teve queda em 12”, alerta o diretor-presidente do CLP.

Avaliação de Belo Horizonte entre 2024 e 2025

Reprodução/Tabela

Até este ano, a pior colocação de Belo Horizonte no ranking do CLP aconteceu em 2021, quando a capital mineira ocupava a 16ª colocação entre todos os municípios brasileiros com mais de 80 mil pessoas. A melhor posição ocorreu em 2020, quando BH foi considerada a 11ª cidade mais competitiva do país. Em 2022 e 2023, a cidade ocupou o 12º lugar, caiu para 13º em 2024 e perdeu 20 posições em 2025.

Conforme apresentado por Barros, BH só apresentou melhoria no ranking em um dos 13 pilares temáticos: no aspecto das telecomunicações, a capital mineira saltou 11 posições e chegou à 335ª posição, ainda assim na metade final da lista.

Por se tratar de um ranking relacional, as quedas de posições não significam necessariamente uma piora nos serviços, já que a perda de colocações pode estar relacionada à melhoria de outros municípios. Mesmo assim, a variação negativa chama a atenção para uma possível estagnação ou mesmo para a possibilidade de se atentar a iniciativas positivas de outras cidades de médio e grande porte, segundo o CLP.

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Entre as principais quedas de BH entre os rankings do CLP de 2024 e 2025 destaca-se o pilar da segurança, no qual a capital mineira saiu de 181ª para 268ª cidade brasileira mais competitiva no aspecto, um descenso de 87 posições. A qualidade da saúde amargou uma queda de 84 lugares e a da educação, de 76.

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