Bolsonaro não vai comparecer a julgamento da trama golpista no STF
Ex-presidente tem crises de soluços constantes e advogados foram contrários à sua presença na corte
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Siga noBRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não vai à abertura do julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), que pode condená-lo a mais de 40 anos de prisão.
De acordo com seus advogados, ele não está em boa condição de saúde. Bolsonaro tem enfrentado crises de soluço, que, por vezes, levam a vômitos.
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Ele está em prisão domiciliar desde 4 de agosto e só deixou o local no último dia 16, para realizar exames médicos.
O boletim divulgado na ocasião informou que ele segue com tratamento para hipertensão arterial e refluxo, além de tomar medidas preventivas contra broncoaspiração.
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Segundo aliados, Bolsonaro não está bem nem fisicamente, nem psicologicamente.
Ao longo das cerca de duas horas do encontro, ela conversou com Bolsonaro e sua mulher, Michelle, fez uma oração com os dois e comeu bolo de lanche. Questionada se ele confirmou a ida ao julgamento, ela disse que não trataram disso, mas que não acredita que ele vá.
"Ele está soluçando muito, acho que não é viável [a ida dele ao julgamento]. Mas vamos ver, ele está fazendo o que os advogados estão mandando", disse à reportagem.
Bolsonaro conversou nas últimas semanas com aliados para definir se participaria presencialmente do julgamento ou não.
Ele disse a pessoas próximas que gostaria de estar na corte em algumas das sessões, quando ficaria frente a frente com os ministros que ele considera algozes, mas à época aliados já citavam a possibilidade de seu quadro de saúde ser um empecilho para esse plano.
A ideia de comparecer ao tribunal no último capítulo do processo, que pode condená-lo a mais de 40 anos de prisão sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, é descrita pelo entorno do ex-presidente como uma forma de demonstrar força e evitar a impressão de que estaria acuado por seus julgadores.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse no último dia 25 que a saúde de Bolsonaro preocupa, mas que, caso não estivesse em prisão domiciliar, ele melhoraria imediatamente. "Se estivesse livre, ele sarava na hora. O estado moral dele é por causa disso."
O STF marcou o começo do julgamento para o dia 2 de setembro, com conclusão esperada até o dia 12. A proposta daqueles que defendem que ele vá ao tribunal não é acompanhar as duas semanas de sessões, mas ao menos estar no primeiro e no último dia.
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Assim como os demais réus, Bolsonaro pode comparecer à corte para assistir ao julgamento. Como está em prisão domiciliar, terá de pedir autorização ao ministro relator Alexandre de Moraes, como determina o Código de Processo Penal.