Oposição bolsonarista vai aumentar pressão por anistia
Grupo se reuniu na casa do deputado Coronel Zucco (PL-RS) nesta terça-feira (2/9) durante a primeira sessão de julgamento do ex-presidente Bolsonaro
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Siga noA oposição bolsonarista na Câmara dos Deputados disse que vai pressionar pela anistia aos condenados pela tentativa de golpe de estado. A estratégia dos parlamentares foi divulgada durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira (2/9). O grupo já vinha mobilizado pela pauta, mas agora promete elevar a pressão sobre a cúpula do Congresso Nacional.
Na manhã desta terça, enquanto a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciava o julgamento de Bolsonaro e outros sete réus do chamado “núcleo crucial do golpe”, a oposição se reuniu na casa do líder do bloco, deputado Coronel Zucco (PL-RS). Segundo o parlamentar, a anistia será o foco dos bolsonaristas nos próximos dias.
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“Vamos conversar com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), pois a anistia precisa ser pautada esta semana. Entendemos que já está construído com os demais partidos, que temos votos de plenário. Não há motivo para não pautar, até para mostrar que a sociedade brasileira está querendo virar a página e aprovar a anistia”, disse, classificando o julgamento de Bolsonaro como um “teatro”.
O julgamento começou pela manhã com a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes. Na sua fala, o magistrado disse que o país “só tem a lamentar” a tentativa de golpe de Estado, afirmou que “impunidade, omissão e covardia não são opções para a pacificação”, e que a reconciliação só pode acontecer com o fortalecimento das instituições.
“Esse é o papel do Supremo Tribunal Federal, julgar com imparcialidade e aplicar a justiça a cada um dos casos concretos, independentemente de ameaças ou coações, ignorando pressões internas ou externas. Coragem institucional e defesa da soberania nacional fazem parte do universo republicano da Suprema Corte, que não aceitará coações ou obstruções no exercício de sua missão constitucional”, disse.
Moraes foi seguido pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pediu a condenação de Bolsonaro e dos demais réus. Segundo ele, o Estado deve reprimir tentativas de golpe afim de evitar novos “ímpetos autoritários”.
“Não se pode admitir que se puerilizem as tramas urdidas e postas em prática por meios de atos coordenados e sucessivos conducentes à perturbação social, à predisposição a medidas de força desautorizadas constitucionalmente, à restrição dos Poderes constitucionais e à ruptura com preceitos elementares da democracia, como o respeito à vontade do povo, expressa nos momentos eleitorais”, afirmou.
O julgamento segue durante a tarde desta terça-feira com a sustentação oral dos advogados dos réus. A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e delator da trama golpista, será a primeira a se manifestar. A sentença só deve ser conhecida no dia 12 de setembro.