Lula sobre julgamento de Bolsonaro: 'Eu não fiquei chorando, fui à luta'
Presidente comentou o julgamento do seu antagonista na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) defendendo a "presunção de inocência"
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Siga noO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira (2/9) defendendo que seu antagonista tenha direito à “presunção da inocência”. O petista também desejou que a “justiça seja feita” e afirmou que o Brasil precisa ficar “sabendo da verdade”.
“Eu desejo para mim e para qualquer inimigo meu, apenas o direito à presunção de inocência para que o Brasil fique sabendo da verdade e apenas a verdade”, disse Lula em conversa com jornalistas durante passagem pelo velório do jornalista Mino Carta, fundador da revista Carta Capital.
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O presidente também fez uma referência ao julgamento que enfrentou durante a Operação Lava-Jato. Ele disse que, ao ser julgado, não ficou “chorando”, e que “foi à luta”.
“Ele pode se defender como eu não pude me defender e eu não reclamei, eu não fiquei chorando, eu fui à luta. Se é inocente, prove que é inocente, prove que não tem nada a ver com isso, está de bom tamanho”, disse Lula.
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Bolsonaro e outros sete réus estão sendo julgados na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a abertura da sessão, o ministro Alexandre de Moraes leu seu relatório do caso e afirmou que o país “só tem a lamentar” a tentativa de golpe de Estado, e de que a “impunidade, omissão e covardia não são opções para a pacificação”.
“Esse é o papel do Supremo Tribunal Federal, julgar com imparcialidade e aplicar a justiça a cada um dos casos concretos, independentemente de ameaças ou coações, ignorando pressões internas ou externas. Coragem institucional e defesa da soberania nacional fazem parte do universo republicano da Suprema Corte, que não aceitará coações ou obstruções no exercício de sua missão constitucional”, disse.
Moraes foi seguido pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pediu a condenação de Bolsonaro e dos demais réus. Segundo ele, o Estado deve reprimir tentativas de golpe afim de evitar novos “ímpetos autoritários”.
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“Não se pode admitir que se puerilizem as tramas urdidas e postas em prática por meios de atos coordenados e sucessivos conducentes à perturbação social, à predisposição a medidas de força desautorizadas constitucionalmente, à restrição dos Poderes constitucionais e à ruptura com preceitos elementares da democracia, como o respeito à vontade do povo, expressa nos momentos eleitorais”, afirmou.
O julgamento segue durante a tarde desta terça-feira com a sustentação oral dos advogados dos réus. A sentença só deve ser conhecida no dia 12 de setembro.