Presidente do União Brasil é citado como dono de aviões ligados ao PCC
Antonio Rueda nega envolvimento e repudia acusações de que seria proprietário de quatro dos dez jatos executivos operados pela Táxi Aéreo Piracicaba
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Um piloto que trabalhou na Táxi Aéreo Piracicaba (TAP) afirmou à Polícia Federal que o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, estaria entre os verdadeiros donos de quatro dos dez jatos executivos operados pela empresa, usada por líderes de um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo revelaram o ICL Notícias e o UOL.
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Mauro Caputti Mattosinho, de 38 anos, declarou ter ouvido de seu chefe que Rueda liderava um grupo com “muito dinheiro que precisava gastar” na compra das aeronaves. Ele disse ter repetido a versão em depoimento à PF, prestado há 17 dias em São Roque (SP).
Rueda negou ser proprietário de aviões e afirmou “repudiar com veemência qualquer tentativa de vincular seu nome a pessoas investigadas ou envolvidas em ilícitos”. Segundo ele, costuma viajar em voos comerciais ou fretados, mas nunca participou da aquisição de aeronaves.
Fundos e empresas de fachada
Duas aeronaves citadas pelo piloto pertencem a fundos de investimento cujo cotista único não tem o nome divulgado. Uma terceira está em nome de uma firma registrada na periferia de Imperatriz (MA), cuja sócia disse desconhecer a empresa e o avião. Outro jato, um Raytheon 390 Premier, está em nome da Fênix Participações, ligada a empresários e políticos, mas a defesa nega vínculo de Rueda.
O piloto também apontou que outros três aviões, um Gulfstream G200, um Citation Excel e um CitationJet 2, teriam sido adquiridos com participação do presidente do União Brasil. A assessoria de Rueda nega.
Conexões e viagens
Mattosinho contou ter transportado ao menos 30 vezes Mohamad Hussein Mourad (“Primo”) e Roberto Augusto Leme da Silva (“Beto Louco”), apontados como líderes do esquema e hoje foragidos. Disse ainda ter levado uma sacola que aparentava conter dinheiro vivo, no mesmo dia em que Beto Louco mencionou encontro com o senador Ciro Nogueira (PP-PI). O parlamentar nega.
A apuração cruzou registros de voo com a viagem de Rueda a Mykonos, na Grécia, em agosto, quando ele comemorou 50 anos. Um Gulfstream 550 de luxo fez o trajeto de Brasília até a ilha. Rueda, porém, afirma ter viajado em voo comercial da British Airways.
Defesa da empresa
A TAP declarou desconhecer as afirmações do ex-piloto e disse atuar “em observância à lei”. A empresa afirmou só ter tomado conhecimento do envolvimento de investigados após a deflagração da Operação Carbono Oculto pela PF e pelo Ministério Público de São Paulo.
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