José Luis Oliveira Lima, advogado do general da reserva Walter Braga Netto, disse durante o julgamento dos atos golpistas no STF (Supremo Tribunal Federal) que o ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro não teve direito à plena defesa. Com base no alto volume de provas e o curto período de tempo para analisá-las, o advogado defendeu um tempo “mais razoável” para atuar.
Leia Mais
Ele também questionou a negativa de permissão para gravar a audiência de acareação entre Braga Netto e Mauro Cid, delator da acusação. "A acareação foi o último ato da instrução processual, portanto não poderia afetar outros atos", afirmou. O advogado disse que é um defensor do acordo de delação premiada, mas ele tem que ser coerente, tem que ter provas", afirmou, contestando o acordo feito por Mauro Cid.
Oliveira Lima criticou as sete versões dadas pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro: “É uma farsa, uma mentira!”. Em sua sustentação, o advogado disse que na primeira versão nem foi feita menção de que a reunião da trama golpista foi na casa de Braga Netto e que o general da reserva pertenceria à ala moderada daquele grupo.
- 'Não há uma única prova que vincule Bolsonaro', diz defesa de ex-presidente
- Advogado de Heleno ataca Moraes: 'Juiz inquisidor'
- Advogado de Cid elogia Fux: 'Sempre atraente, como são os cariocas'
Segundo a defesa de Bolsonaro, a menção da reunião foi feita apenas na segunda delação, e que a existência de um dinheiro usado para financiar um golpe de Estado só teria sido citado na quarta delação. “É um escândalo ele esquecer esse detalhe”, disse Oliveira Lima. Ainda de acordo com a defesa, na sétima versão, um interrogatório, Cid já não sabia direito para que servia o dinheiro. “Como pode essa delação ficar em pé? Não é nada, é um pó, uma farsa”, disse o advogado.
Ele ainda contestou o fato de a delação ter sido fechada com a Polícia Federal sem a anuência do Ministério Público: “O Ministério Público instaurou um procedimento para que o réu colaborador apresentasse provas e não apresentou. É apenas uma narrativa. Uma narrativa que a Polícia Federal fez e que o Ministério Público abraçou de todas as formas, que é uma narrativa bem colocada, bem escrita, mas absolutamente desprovida de provas”, conclui.