O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chamou o plano Punhal Verde Amarelo de "ficção". Ele usou o mesmo termo para qualificar o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.

"Na cabeça dele, Jair Bolsonaro queria matá-lo. (...). Como se ele tivesse alguma participação no tal plano Punhal Verde e Amarelo. A ficção desse plano Punhal Verde e Amarelo é na mesma proporção da ficção desse voto de Alexandre de Moraes", afirmou o senador em entrevista coletiva dada nesta terça-feira (9/9), no Congresso.

O parlamentar se refere ao documento encontrado pela Polícia Federal com o general Mário Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Bolsonaro, que idealizou o plano "Punhal Verde e Amarelo".

No texto, estava prevista a prisão ou o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice igualmente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes.

O objetivo era que os assassinatos, ocorressem por envenenamento, no dia 15 de dezembro de 2022, poucos dias após a diplomação do petista.

No caso de detenção, os alvos seriam levados para Goiânia, onde fica a sede das Forças Especiais do Exército, os chamados "kids pretos".

Fernandes assumiu, durante interrogatório na Suprema Corte, que foi o autor do documento, mas justificou a existência e a impressão do documento, feito no Palácio do Planalto, como forma de externar seus pensamentos e fazer uma análise sem forçar a vista.

“Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar. Não foi apresentado a ninguém e nem compartilhado com ninguém”, disse Fernandes em julho.

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Ao ser questionado se Bolsonaro chegou a ler o plano, ele negou e disse que "imprimi para ler no papel, para não forçar a vista. Após isso, rasguei. Esse horário foi uma coincidência em relação a minha atribuição administrativa e logística como secretário executivo. Não compartilhei esse arquivo com ninguém.”

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