Lula chama Bolsonaro de 'tranqueira' e diz que país precisa de 'uma chance'
Durante evento de lançamento de novo modelo de financiamento imobiliário em São Paulo, o presidente da República lamentou a "destruição que esse país sofreu nos últimos seis anos"
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta sexta-feira (10/10), um novo modelo de financiamento imobiliário em evento da Caixa em São Paulo, onde aproveitou para tecer críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de “tranqueira”. O líder petista declarou que o país “está arrumado” e precisa de “uma chance”, em uma referência velada à disputa eleitoral de 2026.
“O Brasil está precisando de uma chance. Vocês percebem que as coisas demoram para acontecer no Brasil? Muitas vezes, a gente consegue andar um quilômetro para frente e, quando a gente menos espera, voltamos dois quilômetros para trás. Vocês têm noção da destruição que esse país sofreu nos últimos seis anos?”, lamentou o presidente.
Ele criticou especificamente as condições encontradas ao assumir o governo, alegando que foi necessário promulgar a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição para reorganizar o Orçamento e ter dinheiro para governar, afirmando que a “tranqueira que governava não cuidou disso”.
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Lula alegou ainda que seu governo trata a questão do déficit fiscal com responsabilidade, apesar de existir uma “indústria de jogar desconfiança na sociedade brasileira”. O presidente também mencionou que o país saiu do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), algo que havia ocorrido pela primeira vez em 2014.
Em seu discurso, o chefe do Executivo também direcionou comentários à classe média e criticou a recente derrubada, pelo Congresso Nacional, da medida provisória que aumentaria impostos sobre rendimentos de aplicações financeiras, apelidada pelo governo de “taxação BBB”.
Ele lamentou que o projeto, que previa arrecadação adicional de R$ 17 bilhões, tenha sido rejeitado, citando que o dinheiro poderia ser usado para inclusão social. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acrescentou que aqueles que tentam “sabotar o Brasil” e impedir o governo de fazer o bem estão “muito enganados” sobre ganhar eleições.
“Estamos fazendo reformas que abrem uma condição para o Brasil de oportunidade e de atração de investimentos que há muito tempo não se via. Aqueles que por ventura imaginam que tentando sabotar o Brasil vão deter o curso dos acontecimentos, eles estão muito enganados. Não se ganha eleição sabotando o Brasil, impedindo o governo de fazer o bem”, afirmou o ministro no evento de hoje.
Ao final, o presidente Lula abordou a política externa, em outra crítica a Bolsonaro. Ele comentou a relação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e defendeu que o Brasil não deve depender economicamente “de um país ou do humor de um presidente”.
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Ressaltou que nunca tratou presidentes de outros países ideologicamente, mas com respeito. Disse também que, caso os norte-americanos não queiram comprar produtos brasileiros, as empresas podem “vender para a China, na Ásia, em qualquer país do mundo”.
“No mundo, ninguém respeita quem não se respeita. Se você acha que lamber botas te ajuda, vai cair do cavalo. As pessoas só te respeitam quando percebem que você tem autoridade moral e caráter”, enfatizou.
*Estagiário sob a supervisão do subeditor Gabriel Felice