Política

Lula acende alerta no Maranhão e tenta unir governador e aliados de Dino

Lula esteve nesta semana em Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, onde inaugurou um conjunto habitacional

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(FOLHAPRESS) - A divisão da base aliada do Maranhão acendeu o alerta do presidente Lula (PT), que negocia uma pacificação entre o governador Carlos Brandão (sem partido) e o grupo político remanescente do governo Flávio Dino, hoje ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Lula esteve nesta semana em Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, onde inaugurou um conjunto habitacional. Na ocasião, fez um apelo pela unidade de seus aliados no estado entrevista à TV Mirante.

"Eles têm que pesar muito a responsabilidade do que vão fazer porque na hora que a gente começa a brigar dentro de casa, a desavença chega a um nível que não conserta mais. Se a gente brincar em serviço, a gente acaba dando para o adversário a chance de ganhar que ele não tem hoje", afirmou.

No entorno do presidente, cresce a preocupação de que a fratura da base acabe dando impulso a um candidato de oposição, repetindo a eleição de 2020 em São Luís.

Dois nomes disputam o apoio de Lula em 2026. O governador trabalha pelo nome de Orleans Brandão (MDB), seu sobrinho e secretário da sua gestão. Os mais próximos a Dino defendem a candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT), nome que tem o apoio de parte da militância, mas pouco respaldo da direção do partido.

A oposição se divide entre o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que não decidiu se vai renunciar para ser candidato, e o bolsonarista Lahesio Bonfim (Novo), segundo lugar em 2022.

Unir seus aliados no estado, contudo, não será uma tarefa fácil para Lula. A crise entre os grupos de Brandão e Dino ganhou corpo desde o ano passado e só fez crescer desde então. A avaliação dos dois lados é que houve quebra de confiança e que a ruptura atingiu um ponto de não retorno.

Carlos Brandão e Flávio Dino têm uma relação política de idas e vindas e estavam afastados politicamente quando o então ministro da Justiça do governo Lula foi indicado para o STF. Mesmo distantes, não chegaram a romper relações políticas.

Brandão foi vice de Dino e assumiu o Governo do Maranhão em abril de 2022, quando Dino renunciou para concorrer ao Senado, foi reeleito no primeiro turno e ampliou sua base política.

Desde então, os dois grupos travam disputas no campo político, como na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, e no campo judicial, com impacto até mesmo na escolha de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.

Em agosto, o fosso aumentou ainda mais após a senadora Ana Paula Lobato, que era suplente de Dino, entrar no PSB e assumir o comando estadual do partido. Brandão, que comandava a legenda, desfiliou-se.

O diálogo entre Brandão e o vice-governador Felipe Camarão, que vinha sendo mantido mesmo com divergências entre ambos, cessou nos últimos meses, e o clima é de rompimento. O vice tem buscado se aproximar do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD).

No entorno do governador, a avaliação é que a oposição a Brandão é liderada por um grupo minoritário, do qual se destacam a senadora Ana Paula, os deputados estaduais Othelino Neto (Solidariedade), Carlos Lula (PSB) e Rodrigo Lago (PCdoB) e o deputado federal Márcio Jerry (PC do B).

Aliados de Brandão destacam como trunfo para conquistar o apoio de Lula uma base ampla, com cerca de 180 prefeitos e o apoios de setores conservadores, incluindo partidos como o PP do ministro André Fufuca (Esportes) e o União Brasil.

Na segunda-feira (6), Fufuca prometeu apoiar a reeleição de Lula, mesmo com a pressão do seu partido para pedir demissão do cargo.

Os antigos aliados de Dino, por sua vez, dizem que governador se distanciou da esquerda e tem feito críticas ao período do governo do atual ministro do STF. Também criticam o que dizem ser personalismo de Brandão ao referendar a pré-candidatura do sobrinho para sua sucessão.

O governador avalia que há um afastamento de Dino, mas diz a aliados não ver interferência do ministro na atuação de seu antigo grupo político. Os dinistas também negam qualquer atuação de Dino, que pelo cargo que ocupa não pode ter militância político-partidária.

O PT tende a ser decisivo no xadrez eleitoral do estado. O partido tem cargos no governo Brandão, mas sem protagonismo na gestão. A tendência é que o partido siga as diretrizes da negociação que será conduzida por Lula e pelo diretório nacional.

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"O presidente Lula sinalizou pela pacificação e vai conduzir as negociações para construir um caminho da unidade", afirmou o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT).

Lula e Brandão marcaram uma conversa para a próxima semana, quando devem tentar chegar a um acordo sobre a sucessão.

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