O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) voltou a utilizar as redes sociais nesta quinta-feira (9/10) para lançar provocações políticas em tom de ameaça. Desta vez, ele mirou o presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e afirmou que ele está "merecendo" um vídeo de denúncia no formato que viralizou nas redes do deputado.
“Acho que Alcolumbre tá merecendo um vídeo de fundo preto SÓ pra ele. Sua covardia custará caro”, escreveu, ao compartilhar manchetes que vinculam o senador ao escândalo de fraudes no INSS. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito instaurada no Senado para investigar o caso apontou que o ex-chefe de gabinete de Alcolumbre, o advogado Paulo Boudens, teria recebido R$ 3 milhões de uma das empresas investigadas.
O formato citado por Nikolas é uma de suas principais marcas na comunicação digital. Em janeiro, um desses vídeos alcançou mais de 300 milhões de visualizações ao sugerir que a Receita Federal pretendia criar uma "taxação do Pix" no projeto que obrigava fintechs a reportar transações acima de determinados valores.
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A alegação foi negada pelo governo federal, mas a repercussão obrigou o órgão a revogar o ato normativo que originou a polêmica.
A estratégia de comunicação rendeu ao parlamentar ampla projeção e atraiu críticas de adversários. Em agosto, o presidente Lula (PT) acusou o deputado federal de manipular o debate sobre o Pix para defender interesses do crime organizado. A fala foi retomada semanas depois, quando a Polícia Federal deflagrou esquema de lavagem de dinheiro que envolvia fintechs e a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Nikolas tem usado o recurso dos vídeos em ambiente escuro, com fundo preto, em que só sua imagem aparece iluminada para desmoralizar opositores e ampliar seu alcance político.
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O modelo, que alia estética dramática a discursos diretos, também foi adotado por outros parlamentares, como Erika Hilton (Psol), com quem o mineiro trava embates frequentes, e também por André Janones (Avante-MG).