Gabriel Azevedo se lança candidato ao governo de MG com críticas a Zema
Ex--vereador criticou PEC da Copasa e disse que governador passou sua gestão falando mal do antecessor, sem realizar obras e sem dialogar com funcionalismo
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O ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (MG), Gabriel Azevedo (MDB), lançou nesta terça, em solenidade oficial na sede da legenda, a pré-candidatura dele ao governo do estado. Durante o evento, ao lado dos presidentes do partido no Brasil e em Minas, os deputados federais Baleia Rossi (SP) e Newton Júnior, Gabriel não poupou críticas à gestão do governador Romeu Zema (Novo), que vai lançar como candidato à sucessão o vice-governador Mateus Simões (PSD).
Azevedo criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 24/2023), de autoria de Zema, que acaba com a consulta popular para a venda da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa); o tratamento dispensado pelo governador ao funcionalismo; a falta de diálogo com o governo federal; a situação das estradas; e a ausência de obras importantes. De forma indireta, também criticou Simões, que, segundo Azevedo, estava achando que ia “ganhar a eleição por WO”, sigla em inglês para 'walkover', que significa vitória fácil ou automática em competições esportivas.
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"Se eu fosse governador, eu nunca mandaria para a Assembleia um projeto de lei que retiraria do povo o direito de opinar sobre a Copasa", afirmou Azevedo, referindo-se à PEC do referendo aprovada em primeiro turno pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que retira da Constituição mineira a obrigatoriedade de uma consulta popular para que o estado possa vender suas estatais.
Azevedo disse ainda que Zema passou dois mandatos falando mal do governo anterior, sem apresentar nada de concreto para a população mineira, e o que o governador aponta como mérito de sua gestão o pagamento dos salários em dia e o não envolvimento em denúncias de corrupção. “Não é mérito, é obrigação”, afirmou o pré-candidato. “Do que adianta colocar as contas em dia, em teoria, se ele não cuida do povo”, questionou.
Ele também criticou o tratamento dispensado pelo governador ao funcionalismo. De acordo com Azevedo, não há diálogo do governador com os servidores públicos. “Não ter corrupção não é mérito, é obrigação. Pagar funcionário em dia não é mérito, é obrigação. Mas não adianta pagar o funcionário em dia, tem que dialogar”, afirmou Azevedo, que prometeu valorizar os servidores, principalmente das áreas de educação e saúde. “Faço aqui uma chamada para os funcionários públicos de Minas Gerais. Eu sou filho de funcionário público. A minha mãe é uma professora aposentada do estado de Minas Gerais. O meu pai foi policial civil. Vamos colocar a educação no centro e a segurança também”, afirmou.
Gabriel disse que será o candidato do centro “para mostrar que moderação não é frouxidão, que centro não é centrão e que equilíbrio não é não ter posição. Segundo ele, Minas Gerais perdeu relevância nacional e o “Brasil precisa voltar a entender o que significa Minas Gerais. “O Brasil caminha na direção que Minas aponta. E o equilíbrio está precisando de Minas, do mesmo jeito que Minas está precisando de Minas, do equilíbrio”, assegurou.
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Rossi disse que a candidatura de Azevedo não significa um rompimento do MDB com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do qual a legenda faz parte com dois ministérios, e que a legenda vai decidir na hora certa o rumo a tomar na disputa nacional. Ele lembrou que nas eleições passadas o partido teve como candidata a então senadora Simone Tebet, hoje ministra do Planejamento do governo Lula.
Além de Azevedo e Simões, também figuram como pré-candidatos ao governo de MG o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PDT) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos). O senador Rodrigo Pacheco (PSD) também é apontado como pré-candidato, mas ele ainda não confirmou sua intenção de participar da disputa.