ELEIÇÃO EM FAMÍLIA

Irmãos disputam vaga de vereador após morte do pai em eleição inédita

Com a morte do vereador, em 23 de julho, o partido PP (Progressistas), que lançou apenas três candidatos e elegeu todos, ficou sem suplentes para o cargo

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Na pequena Braga, cidade no noroeste do Rio Grande do Sul, dois irmãos participam de uma disputa insólita. Os moradores do município de 3.200 habitantes a cerca de 450 km de Porto Alegre vão às urnas no dia 7 de dezembro para votar em uma inédita eleição suplementar para o legislativo.

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Com a morte do vereador Bolívar Della Libera no dia 23 de julho, o partido PP (Progressistas), que lançou apenas três candidatos e elegeu todos, ficou sem suplentes para preencher o cargo.

Agora, o advogado Everton Della Libera, 33, e a farmacêutica Vitória Caroline Della Libera, 25, concorrem para determinar quem vai representar o legado político do pai até o fim da legislatura. As candidaturas foram registradas no dia 1º de novembro.

Bolívar estava no quarto mandato consecutivo. Ele se elegeu pela primeira vez em 2012 e chegou a ser o mais votado no pleito de 2020, além de ter presidido a Câmara de Vereadores de Braga por três vezes.
No começo da campanha de 2024, ele recebeu diagnóstico de câncer na boca e se submeteu a um procedimento médico em setembro daquele ano, faltando menos de um mês para a eleição.

"Aquilo foi muito agressivo, muito mesmo. Ele fez cirurgia, radioterapia, quimioterapia", conta Everton.
Enquanto o pai se recuperava, o filho Everton, que é presidente do PP na cidade, assumiu a campanha e ajudou o pai a se eleger com 227 votos, o quarto mais votado do pleito e terceiro do partido.

Ainda em tratamento, Bolívar assumiu o cargo em janeiro em uma bancada familiar: a esposa Inez Lorenzatto Della Libera foi a mais votada do PP com 242 votos, e o cunhado Carlos Lorenzatto fez 230 votos.

No dia 21 de julho, Bolívar foi internado devido a uma virose. No dia 23, precisou ser transferido para a UTI em razão de uma infecção generalizada e morreu. "A gente ganhou tantas batalhas juntos e a mais importante a gente não ganhou", lamenta Everton.

Ainda em luto pela perda do pai, a necessidade de uma uma nova disputa pegou os irmãos de surpresa. "Sinceramente, jamais acreditava que ia ter uma nova eleição", disse Everton.

A atividade política de Everton, que além de ter sido braço-direito do pai durante a campanha é também um advogado conhecido na cidade, é mais expressiva.

Já Vitória segue os passos de outras mulheres da família: a avó dos irmãos, Lourdes Lorenzatto, foi presidente da Câmara e a primeira mulher a assumir a prefeitura do município, na ocasião de uma viagem de prefeito e vice.

A mãe deles, Inez, foi a segunda: como vice-prefeita, comandou a cidade por um ano em 2018 devido ao afastamento do prefeito titular em meio a uma investigação do Ministério Público sobre supostas fraudes em licitações.

A decisão final sobre qual irmão Della Libera vai à câmara municipal caberá aos 2.894 eleitores aptos a votar. Apesar de concorrerem ao mesmo cargo, o clima entre Everton e Vitória é de parceria.
"Estamos juntos, sem disputas, dividindo os votos da família", brinca Vitória. Ela conta que tem recebido incentivo de amigos e dos clientes na farmácia em que trabalha. "Todos estão nos parabenizando, muito felizes por estarmos lado a lado nessa batalha, mas sinto que recebo mais apoio das mulheres."

"É uma questão de união, né? Porque, para nós, foi um baque enorme. A perda do meu pai foi horrível", conta. "Não há uma disputa. Claro, cada um vai buscar os seus votos, mas é uma união para representar o legado dele."

Segundo o TRE-RS (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul), essa será a primeira eleição suplementar para o legislativo na história do estado.

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A cidade tem oito locais de votação e treze seções eleitorais. Serão disponibilizadas 15 urnas e foram convocados 39 mesários.

A nova eleição atende ao determinado pelo artigo 113 do Código Eleitoral, que determina uma nova votação no caso da abertura de uma vaga legislativa que não tenha suplente para preenchê-la, a menos que falte nove meses ou menos para o término do mandato.

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