Zema aparece como principal nome em Minas, mas Lula mantém liderança
Pesquisa Doxa mostra governador mineiro em segundo lugar no voto estimulado para presidente, com desempenho regional desigual e distância de Lula
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), surge como o principal nome do campo conservador na corrida presidencial dentro do estado, segundo levantamento da Doxa Pesquisa realizado entre os dias 13 e 16 de dezembro de 2025.
O dirigente aparece em segundo lugar no voto estimulado para presidente da República em Minas, com 15% das intenções de voto, atrás apenas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera com 39%.
Zema, no entanto, enfrenta um cenário desafiador no próprio estado que governa. A vantagem de Lula é ampla e se mantém em todas as regiões mineiras pesquisadas.
Realizada com 1.500 entrevistas presenciais em domicílios, a pesquisa da Doxa tem margem de erro de 2,8 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
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No cenário estimulado de primeiro turno, além de Lula e Zema, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece com 13%, muito próximo do mineiro. Ratinho Júnior registra 5%, enquanto Ronaldo Caiado soma 3%. O percentual de eleitores que declaram voto em branco, nulo ou em nenhum candidato chega a 20%, e outros 5% afirmam não saber ou preferem não responder.
A análise regional mostra que o desempenho de Zema varia consideravelmente dentro de Minas Gerais. Seu melhor resultado aparece na região Sul/Sudoeste, onde alcança 22% das intenções de voto, aproximando-se de Lula, que registra 27%. Na região Central Mineira e no Oeste de Minas, o governador soma 20%, seu segundo melhor desempenho.
No Triângulo, região de onde o governador de Minas é natural, ele alcança 10% das intenções de voto; enquanto Lula tem 32%. Já na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Zema aparece com 17%, mantendo distância significativa do atual presidente, que lidera com 36%.
Em outras regiões do estado, o desempenho de Zema é mais modesto. No Norte e Noroeste de Minas, ele registra 12%, enquanto Lula chega a 47%. No Vale do Rio Doce, o governador soma 17%, contra 42% do petista. O resultado mais desfavorável aparece no Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, onde Zema marca apenas 1%, enquanto Lula dispara com 62%.
O diretor do Instituto Doxa, Manuel Vilas Boas, avalia que Zema tem ainda dificuldades adicionais ao tentar nacionalizar seu nome. “No segundo mandato, com 31% de avaliação positiva, ele já está em uma situação em que o eleitor não está satisfeito com o governo estadual e muito menos disposto a levá-lo para a Presidência”, diz.
Ele aponta que a polarização entre os campos ligados a Lula e Bolsonaro tende a organizar a disputa, tanto no plano nacional quanto em Minas. “A eleição vai se dar entre o grupo político que apoia Bolsonaro e o que apoia o Lula”, conclui Vilas Boas.
A presença de Tarcísio de Freitas como alternativa à direita também impõe um obstáculo adicional para Zema. O governador paulista apresenta desempenho relativamente homogêneo em várias regiões mineiras, alcançando 17% no Norte e Noroeste, 16% no Jequitinhonha e Vale do Mucuri e 14% no Vale do Rio Doce.
A simulação de segundo turno entre Lula e Tarcísio de Freitas reforça a vantagem do presidente em Minas Gerais. Nesse cenário, Lula aparece com 45% das intenções de voto, contra 32% do governador paulista. Brancos e nulos somam 18%, enquanto 5% permanecem indecisos.
O contexto mineiro revela ainda um eleitorado pouco mobilizado pela polarização ideológica. Dados da mesma pesquisa indicam que quase metade dos eleitores do estado, 47%, se dizem indiferentes à posição ideológica do candidato a governador.
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“São esses eleitores que vão decidir a eleição, tanto para governador quanto para presidente”, avalia Vilas Boas. Entre os que se posicionam, 28% afirmam preferir um nome identificado com a direita, enquanto 17% optam pela esquerda e apenas 7% se dizem alinhados ao centro.