Relator do processo contra Eduardo: bolsonarista e crítico do Judiciário

Ex-delegado da Polícia Federal, deputado mineiro trata o filho do ex-presidente como "amigo". Parlamentar do PSol diz que escolha do presidente do Conselho de Ética revela "pré-tendência"

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O deputado Marcelo Freitas (União Brasil-MG), presidente estadual do partido em Minas, foi escolhido para relatar no Conselho de Ética da Câmara do processo que pode cassar o mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ex-delegado da Polícia Federal, Freitas tem a trajetória ligada à segurança pública e ao direito. Ele terá até dez dias úteis, após a apresentação da defesa, para elaborar seu parecer preliminar, que será submetido à deliberação do colegiado.

Natural de Montes Claros, no norte de Minas, Freitas começou a carreira como analista judiciário no STF antes de migrar para a Polícia Federal, onde atuou como delegado e chegou a chefiar a área de combate ao crime organizado em Minas. Também lecionou na Universidade Federal de Lavras antes de ingressar na política.

Ele foi eleito deputado federal em 2018 pelo PSL e reeleito em 2022 pelo União Brasil. No Congresso, construiu perfil discreto, mas passou por comissões estratégicas, como a CCJ, onde em 2019 foi relator da reforma da Previdência, considerada uma das principais vitórias legislativas do governo Bolsonaro.

Nos dois mandatos, Freitas mantém alinhamento fiel às pautas bolsonaristas. Participou das campanhas presidenciais de 2018 e 2022, gravou vídeos ao lado de Eduardo Bolsonaro, a quem chamou de “amigo”, e criticou decisões do STF, chegando a afirmar que o país vivia uma “ditadura do Judiciário”.

Nas votações recentes, o deputado se posicionou a favor da urgência do projeto de anistia. Disse que “centenas de brasileiros estão sendo prejudicados, enfrentando penas desproporcionais”. Apoiou também a “PEC da Blindagem”, com o argumento de que parlamentares precisam ter suas prerrogativas respeitadas para exercerem seus mandatos com liberdade e independência.

O relator foi escolhido pelo presidente do Conselho de Ética, Fábio Schiochet (União-SC), a partir de uma lista tríplice que incluiu dois nomes da esquerda, os deputados Paulo Lemos (PSol-AP) e Duda Salabert (PDT-MG). 

Repercussão
Para a deputada Fernanda Melchionna (PSol-RS), Schiochet deveria ter declarado Freitas impedido de relatar o caso, já que é um “bolsonarista aberto”. “Mostra uma pré-tendência lamentável do presidente”, afirmou. 

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