A presença de Jair Bolsonaro alterou de forma repentina a rotina do hospital onde ele foi internado no fim da tarde desta terça-feira, 16. O ex-presidente sentiu um mal-estar em casa e foi levado às pressas para a unidade hospitalar.  

O movimento de jornalistas, câmeras, microfones e as duas viaturas pretas da Polícia Penal com agentes armados nos dois acessos de veículos atiçou a curiosidade de quem passou pelo local. Dentro do prédio havia mais policiais, que faziam revistas em enfermeiros que acessavam o quarto do ex-presidente.

Os médicos decidiram que Bolsonaro deveria passar a noite internado, em observação. Em prisão domiciliar desde o início de agosto, o ex-presidente vive monitorado, por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal). Essa foi a segunda vez que o ex-presidente recorreu ao hospital desde que foi condenado, na semana passada, a 27 anos 3 meses de prisão por liderar a trama golpista.

Michelle Bolsonaro ficou com o marido no hospital. À noite, o filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), visitou o pai. “A Michelle relatou que ele estava com soluços, ficaram mais fortes, progressivamente. Parece que ele reclamou que travou o diafragma, ficou com falta de ar quase dez segundos e a reação dele foi de expelir aquilo que estava obstruindo o aparelho digestivo. Foi um vômito a jato, aquele de dois metros para frente. Ele se sentiu mal, tonto, com pressão baixa”, contou Flávio ao sair do hospital.

Dezenas de jornalistas ocuparam a entrada do hospital em busca de informações sobre o quadro de saúde do ex-presidente logo depois que sua saída de casa foi noticiada, por volta das 16 horas. O ex-presidente teve uma “crise forte de soluço, vômito e pressão baixa” explicou o senador. 

“Não precisa nem ser médico para assegurar que muito do que ele está sofrendo é questão psicológica, desgaste do massacre”, afirmou Flávio. O senador classificou de “massacre psicológico” as sanções aplicadas ao pai e fez um pedido de trégua ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos da trama golpista no STF. “Quero pedir para o terrorista [Moraes], dá uma pausa. Deixa as instituições voltarem a funcionar, deixa o presidente Bolsonaro recuperar”, disse o parlamentar.

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